O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu trocar a chefia da área de segurança e lançou um edital de R$ 664,8 mil para a compra de equipamentos de raio X e detector de metais portáteis. Os movimentos na segurança interna do Tribunal ocorrem em meio ao recrudescimento das manifestações contra o Supremo na Praça dos Três Poderes e à repercussão das bombásticas declarações do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot. Na semana passada, Janot afirmou ter planejado assassinar a tiros o ministro Gilmar Mendes dentro do próprio STF, em 2017.
A troca na chefia da segurança do tribunal - responsável por proteger tanto os ministros quanto a sede do STF e dos dois edifícios anexos - era esperada havia meses. A gestão do presidente do STF, ministro Dias Toffoli, escolheu o delegado Paulo Gustavo Maiurino, ex-secretário dos governos Geraldo Alckmin e Wilson Witzel.
No mês passado, antes das declarações de Janot virem à tona, o Supremo decidiu abrir uma licitação para a compra de equipamentos de raio X e detector de metais portáteis. Integrantes da Corte vêm discutindo reservadamente se as autoridades que ingressam no tribunal por uma entrada restrita no salão branco também deverão passar por raio X.
O Supremo proíbe a entrada de pessoas portando qualquer tipo de arma, mas autoridades que ingressam nas instalações do Tribunal - como parlamentares, governadores e procuradores-gerais da República - não passam por detectores de metais, já que utilizam um acesso restrito, diferente daquele usado pelo público comum.
Uma instrução normativa do tribunal, de 2013, estabelece que é proibida a entrada de "pessoas portando qualquer tipo de arma", exceto inspetores, agentes de segurança do próprio tribunal, policiais civis, militares, federais e rodoviários federais, os servidores da área de segurança do Poder Judiciário, das polícias da Câmara dos Deputados, do Senado Federal e da Câmara Legislativa e os militares das forças armadas em atividade de serviço.
Procurado pela reportagem, o STF informou que não poderia comentar a compra porque a licitação "faz parte da estratégia de segurança". No ano passado, para aumentar a segurança dos magistrados, o STF acertou a compra de 14 carros blindados por R$ 2,8 milhões.
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