O discurso do presidente Jair Bolsonaro na ONU dividiu opiniões no mundo político. Quem aproveitou para dar uma alfinetada foi o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que classificou como ;inadequada e inoportuna; a fala do chefe do Executivo federal. Em declaração após um evento em São Paulo, o tucano comentou que o discurso ;não teve referências que pudessem trazer respeitabilidade e confiança no Brasil no plano ambiental, econômico ou político;.
A estocada demonstra um posicionamento de Doria na disputa política. Aliados de Bolsonaro classificam como um movimento eleitoral, mirando o eventual embate dos dois nas eleições presidenciais de 2022.
No Congresso, o presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara, Rodrigo Agostinho (PSB-SP), criticou o pronunciamento, dizendo que segue ;na contramão do resto do planeta;. ;Que busca, hoje, na sustentabilidade, o único caminho possível. Infelizmente, o presidente acabou optando por ficar junto à sua minoria, a pessoas atrasadas;, sustentou.
O líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO), saiu em defesa do governo. ;Foi um discurso altivo e independente de um presidente que quer uma inserção não ideológica do Brasil no cenário mundial;, frisou. Presidente da Comissão de Agricultura da Câmara, o deputado Fausto Pinato (PP-SP) fez boa avaliação do discurso. ;Defendeu com estratégia e moderação a soberania brasileira. Dentro da concepção do Bolsonaro, foi uma fala ponderada, pragmática e sem ser agressiva.;