Embora não tenha colocado a questão ambiental como ponto inicial de seu discurso, o presidente Jair Bolsonaro dedicou parte dos 30 minutos em que falou na abertura da Assembleia Geral da ONU,em Nova York, para, em suas palavras, "restabelecer a verdade" sobre a situação da Amazônia brasileira, que, de acordo com ele, "permanece praticamente intocada".
"Somos o País que mais preserva o meio ambiente", citou Bolsonaro, que também disse que é "falácia" atribuir à Amazônia a condição de patrimônio da humanidade e um "equívoco, como atestam os cientistas, afirmar que a nossa floresta é o pulmão do mundo".
O presidente também mencionou que a Amazônia brasileira é maior que toda a Europa Ocidental e que o fato dela permanecer "praticamente intocada" é prova de que "somos um dos países que mais protegem o meio ambiente".
Embora não tenha citado números, Bolsonaro citou que as queimadas no Brasil, que tiveram repercussão mundial nos últimos meses, são favorecidas pelo clima seco e os ventos fortes desta época do ano. "Vale ressaltar que existem também queimadas praticadas por índios e populações locais", mencionou o presidente.
Neste contexto combativo, o presidente citou que "um ou outro país, em vez de ajudar, embarcou nas mentiras da mídia e se portou de forma desrespeitosa, com espírito colonialista" em relação à Amazônia. Embora não tenha citado nominalmente o presidente da França, Emmanuel Macron, Bolsonaro afirmou que "um líder presente no encontro do G-7 questionou nossa soberania e ousou sugerir aplicar sanções ao Brasil sem sequer nos ouvir", fazendo clara alusão ao presidente francês.
"Agradeço àqueles que não aceitaram levar adiante essa absurda proposta", completou, com um agradecimento: "em especial, ao presidente Donald Trump, que bem sintetizou o espírito que deve reinar entre os países da ONU: respeito à liberdade e à soberania de cada um de nós".
Nesse sentido, Bolsonaro ainda afirmou que enquanto o Brasil utiliza 8% de seu território para produção de alimentos, países como a França e Alemanha utilizam mais de 50% de suas terras para agricultura. O presidente falou, também, que iniciativas internacionais de apoio à Amazônia devem ser tratadas sob a luz da soberania brasileira - e que não irá tolerar ingerência externa travestida de boas intenções na região.