O Grupo de Lima e a União Europeia afirmaram, ontem, que é imperioso conter a crise imigratória da Venezuela, que se faz sentir nos países da região, e argumentaram pela necessidade de provocar a queda do governo de Nicolás Maduro. Apesar disso, descartaram uma intervenção militar. A situação na Venezuela, além da defesa da soberania brasileira sobre a parte da floresta amazônica situada em território nacional, deve ser um dos temas do discurso que o presidente Jair Bolsonaro fará hoje na abertura da Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU).
Instaurado em 2017 para buscar uma saída pacífica para a crise venezuelana, o Grupo de Lima manteve uma sessão de consultas em Nova York, um dia antes da abertura do encontro anual de chefes de Estado na ONU. O grupo reiterou ;sua profunda preocupação pela gravidade da crise humanitária na Venezuela e pela dimensão do êxodo migratório...o que ultrapassa as capacidades para sua atenção e ressalta a necessidade de aumentar o apoio internacional, especialmente financeiro, para ajudar a imigração venezuelana nos países de acolhida para atender esta situação sem precedentes na região;.
A UE também manifestou preocupação com o tema. ;A crise dos refugiados e os imigrantes venezuelanos está passando a ser uma das maiores crises humanitárias de nossos tempos, e sua magnitude representa grandes desafios para a região;, afirmou a UE por meio de seu Grupo de Contato Internacional para a Venezuela, que realizou uma reunião de nível ministerial, também em Nova York. ;Calcula-se que 4,3 milhões de venezuelanos tenham ido majoritariamente para países vizinhos, que são os mais afetados pela crise;, disse a UE.
Intervenção
As duas reuniões precederam outra dos países do Tratado Interamericano de Assistência Recíproca (Tiar), pacto segundo o qual um ataque armado contra uma nação é um ataque contra todas, o que gerou especulações de que se poderia contemplar uma ação militar na Venezuela. Tanto o Grupo de Lima como o GCI da UE descartaram uma intervenção. O mesmo foi feito por um graduado funcionário dos EUA que pediu anonimato. Segundo ele, seria ;tolice; pensar que invocar o Tiar seria o ;caminho para a guerra;.
Onze nações do Grupo de Lima ; Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Honduras, Panamá, Paraguai e Peru ; além do líder opositor venezuelano, Juan Guaidó, expressaram disposição para ;adotar novas sanções e outras medidas econômicas e políticas contra o regime de Maduro;.