Em parecer enviado ao Tribunal de Justiça do Rio, a procuradora de Justiça Soraya Taveira Gaya afirma que o senador deve ser julgado pelo Órgão Especial da Côrte, e não na primeira instância. Se o entendimento do MPRJ for aceito, o parlamentar será julgado por 25 magistrados, e não apenas pelo juiz Flávio Itabaiana de Oliveira Nicolau, que conduz o caso atualmente.
O magistrado já autorizou a quebra de sigilo fiscal do senador. O Ministério Público defende que os crimes dos quais Flávio é acusado estão ligados ao mandato de deputado estadual, função que ele ocupava quando seu ex-assessor, Fabrício Queiroz, . O órgão lembra ainda, na manifestação enviada ao TJRJ, que o parlamentar é filho do presidente da República, Jair Bolsonaro.
O parlamentar também recebeu R$ 96 mil em depósitos fracionados de R$ 2 em sua conta bancária. A suspeita é que os valores tenham origem em desvios de salários de funcionários do parlamentar, ou em remunerações recebidas por funcionários fantasmas. Além de Queiroz e do senador,a primeira-dama, Michele Bolsonaro recebeu um depósito de R$ 24 mil em sua conta.
O presidente Jair Bolsonaro afirmou que o valor é referente a um empréstimo que ele fez a Queiroz. As investigações estão paradas por determinação do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, que proibiu o uso, em investigações, de informações financeiras do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), Receita Federal e do Banco Central sem que antes tenha ocorrido autorização judicial.