Aliado do presidente Jair Bolsonaro, o senador Major Olímpio (PSL-SP) lembrou que o combinado entre o governo e o Congresso foi de que o Executivo faria sugestões de conteúdos para incluir na reforma tributária, mas não enviaria um projeto próprio. Algo vindo do Planalto seria uma ;desconsideração ao Senado;, afirmou o parlamentar.
Para Major Olímpio, o anúncio da demissão de Cintra ;demonstra justamente que não havia uma concordância para criação desse tipo de arrecadação, que já foi feita no passado e que foi rejeitada pela população;. Na visão dele, a única forma de incluir a CPMF na reforma seria se o governo enviasse um projeto próprio, já que o tema encontra forte resistência no Senado. ;Teria uma rejeição total desta Casa;, disse.
Atentos
O assunto também repercutiu no plenário da Câmara. O deputado Carlos Zarattini (PT-SP) comentou que Cintra ;vinha defendendo ardorosamente a volta da CPMF, contrário, inclusive, àquilo que o presidente da República afirmou;. Mas, para o petista, mesmo com a exoneração do secretário, ainda existe a preocupação de que o ministro da Economia, Paulo Guedes, mantenha a ideia de criação do imposto. Por isso, acredita ser ;muito importante; que o povo saiba ;o que o governo quer, se vai ou não vai insistir na volta da CPMF;.Mesmo demonstrando ;alegria de ver que o governo está atento à questão desse imposto maligno;, o deputado Milton Vieira (Republicanos-SP) também se disse atento à situação. ;O brasileiro e nós não aceitamos esse imposto mais. O senhor Marcos Cintra já recebeu as suas sanções sendo exonerado apenas por falar da questão da CPMF;, comentou.
Para o deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS), a estratégia do governo é tentar retomar a CPMF dando-lhe uma ;nova roupagem, fantasiando outros nomes;. ;No fundo, na essência, é mais do mesmo. É chamado novo, mas é velho. Nós já conhecemos essa história;, frisou. O pedetista classificou a proposta como ;um verdadeiro caça-níquel;.