Augusto Fernandes
postado em 28/08/2019 13:41
Enquanto o Palácio do Planalto não se decide sobre a doação de 20 milhões de euros anunciada pelo G7 (grupo dos países mais industrializados do mundo e composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) para controlar os incêndios florestais no país, governadores da região Amazônica acreditam ser possível uma negociação direta com as nações para o recebimento dos recursos, sem precisar do aval do presidente Jair Bolsonaro.
De acordo com o governador do Amapá, Waldez Góes (PDT), ;o consórcio da Amazônia brasileira já vem dialogando com esses países e com as nossas procuradorias;. Nós comunicamos o governo federal sobre isso, pois entendemos que é legítimo esse diálogo;, declarou nesta quarta-feira (28/8), após reunião no Supremo Tribunal Federal (STF), com o ministro Alexandre de Moraes.
[SAIBAMAIS]Para o governador, ;o federalismo cooperativo é o caminho para uma situação de crise como essa;, e ;é uma questão até de respeito manter o diálogo com esses países que contribuíram para o financiamento do Fundo Amazônia;.
;Um instrumento novo que surge é o financiamento da Amazônia Legal. Hoje, nós temos personalidade jurídica, estatuto e um plano estratégico para a Amazônia. Portanto, podemos, assim como fazemos compras corporativas, estabelecer parcerias com a comunidade nacional e internacional. É um caminho que estamos buscando;, disse Waldez Góes.
Segundo o pedetista, ;muito do que acontece na Amazônia é fruto ainda da carência de instrumentos de planejamento público e privado indispensáveis;.
;Não pode ser um pedaço no Amapá, um pedaço no Pará, outro pedaço no Maranhão, outro pedaço no Mato Grosso. Definitivamente, este país se unindo com os governadores, precisamos anunciar um plano que garanta atualizar a rede geodésica da Amazônia toda. Que garanta atualizar a base cartográfica de toda a Amazônia. Que garanta fazer o georreferenciamento, depois a regularização fundiária e o cadastro ambiental rural junto com o zoneamento econômico ecológico;, explicou.
Por fim, o governador reforçou que para ;potencializar de forma sustentável o que a Amazônia nos oferece para o Brasil e para o mundo;, é preciso encarar com investimento a preparação desses instrumentos. ;Isso é uma necessidade. Ou se faz o investimento ou, então, até o governo na hora de se fazer uma obra vai estar cometendo um crime ambiental;, alertou.