. Pouco depois do anúncio, Bolsonaro falava com a imprensa, na saída do Palácio da Alvorada. ;Macron promete ajuda de países ricos à Amazônia. Será que alguém ajuda alguém, a não ser a pessoa pobre, né, sem retorno (financeiro)? O que está de olho na Amazônia, o que eles querem lá há tanto tempo?;, declarou.
Em outra ocasião, Bolsonaro afirmou ter trabalhado ;24h; durante o fim de semana, conversando com líderes e chefes de Estado de ;vários; países. ;Pessoas, líderes excepcionais, que querem, realmente, colaborar com o Brasil;, disse. Sem citar Macron, alfinetou o presidente francês, quando informou não ter dialogado com outros que desejam a ;tutela; do Brasil. ;Não conversei com aqueles outros, que querem continuar nos tutelando;, afirmou.
Apesar do embate com Macron, Bolsonaro amenizou no discurso radical. No domingo (25/8), no Twitter, agradeceu a ;chefes de Estado; que o ouviram e ajudaram o governo a ;superar uma crise que só interessava aos que querem enfraquecer o Brasil;. Os presidente de Israel, Benjamin Netahyahu, dos Estados Unidos, Donald Trump, e do Chile, Piñera, são alguns chefes de Estado com quem o capitão reformado conversou entre sexta-feira e ontem.
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Depois do contato com a imprensa, Bolsonaro comunicou no Twitter ter conversado com o presidente da Colômbia, Iván Duque. ;Falamos da necessidade de termos um plano conjunto, entre a maioria dos países que integram a Amazônia, na garantia de nossa soberania e riquezas naturais;, afirmou. Na mesma rede social, contudo, voltou a criticar Macron. ;Não podemos aceitar que um presidente, Macron, dispare ataques descabidos e gratuitos à Amazônia, nem que disfarce suas intenções atrás da ideia de uma ;aliança; dos países do G-7 para ;salvar; a Amazônia, como se fôssemos uma colônia ou uma terra de ninguém;, declarou.
;;Solidariedade;;
Ainda no Twitter, Bolsonaro ponderou que ;outros chefes de estado se solidarizaram com o Brasil;. ;Afinal, respeito à soberania de qualquer país é o mínimo que se pode esperar num mundo civilizado;, disse. Não é a primeira vez que Bolsonaro questiona o interesse de ajuda ambiental à região Amazônica. Há cerca de duas semanas, quando Alemanha e Noruega anunciaram bloqueios de verbas ao Fundo Amazônia, ele engatou uma narrativa que, frisou, defende desde 1991, sobre o interesse de grandes nações européias na região norte do país.
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Desde então, ele não se mostra preocupado com os impactos que suas declarações possam trazer, sugerindo que negativa era a imagem ;péssima; de ;subserviência; do Brasil às potências mundiais. A retórica de Bolsonaro é que grandes nações, como a França, desejam a riqueza encontrada na região Amazônica. ;Isso eu falo na Câmara (quando era deputado) desde 1991. Nós temos na Amazônia algo que o mundo não tem mais. E o pessoal tá de olho nisso agora;, declarou em 15 de agosto, ao responder a questionamentos sobre a suspensão de verbas de Noruega e Alemanha.
Enquanto Bolsonaro falava na saída do Palácio da Alvorada, Emmanuel Macron criticava os comentários "extraordinariamente desrespeitosos" de Bolsonaro sobre a esposa, Brigitte, dizendo-se triste por ele e pelos brasileiros. "O que eu posso dizer a vocês? É triste, é triste, mas é em primeiro lugar triste para ele e para os brasileiros", afirmou, acrescentando que espera que os brasileiros "tenham um presidente que se comporte à altura" do cargo.
Bronca
O presidente se recusou a responder questionamentos da imprensa após os jornais impressos não terem publicado matérias referentes a uma sugestão dele, de que o jornalista Merval Pereira teria recebido R$ 375 mil por palestras no Senac-RJ. ;R$ 25 mil cada palestra;, criticou o presidente. Ele citou outros comunicadores que receberam recursos públicos por palestras ministradas que superariam os R$ 200 mil.
No caso de Merval, o jornalista negou o valor informado e explicou que as palestras eram abertas a representantes do ;comércio, da indústria, da educação, políticos locais, estudantes; e que ;cada palestra teve a respectiva nota fiscal, incluindo os impostos devidos;, e foi declarada no Imposto de Renda dele.