Em ato organizado por apoiadores do governo neste domingo, 25, em Belo Horizonte, manifestantes atacaram o Supremo Tribunal Federal (STF) e cobraram do presidente Jair Bolsonaro veto total à Lei de Abuso de Autoridade, avaliada como caminho para reduzir o combate à corrupção e o impacto de operações como a Lava Jato.
Sanitários químicos alugados por fundadores do Patriotas, que participaram da organização do ato junto com o movimento Vem Pra Rua, tiveram cartazes pregados com a inscrição "STF - Sanitário Togado Fedorento". Pela primeira vez em atos pró-Bolsonaro em BH, ataques ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ficaram em segundo plano.
"As pessoas elegeram Jair Bolsonaro para ele mudar o que vinha ocorrendo no País em relação à corrupção", afirma a coordenadora do Vem Pra Rua na cidade, Kátia Pegos, que acredita em possível perda de apoio da população ao presidente caso a lei não seja vetada integralmente.
Para a militante, as instituições estão querendo se blindar contra investigações. "Há indícios de que o presidente não está sendo tão incisivo como deveria nesta questão. Bolsonaro não tem que ter medo de enfrentar deputados, senadores ou ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). O povo está com ele", disse.
Mensagens eram exibidas e lidas por manifestantes do alto de um caminhão de som do Vem Pra Rua. "Não elegemos Bolsonaro para abafar investigações contra bandidos", dizia uma delas. "Veta tudo, Bolsonaro", afirmava outra. Faixas e cartazes também cobravam o veto do presidente à lei.
Queimadas
Com o embate ao longo da semana entre o governo brasileiro e de países europeus sobre as queimadas na floresta amazônica, o tema também acabou sendo incluído na manifestação na capital mineira. Participantes do ato reclamaram da reação dos governos estrangeiros às queimadas.
Com uma bandeira da França em que se lia "a Amazônia é nossa. Respeitem nossa soberania", a advogada Fátima Lima, de 59 anos, reclamou das críticas do presidente do país, Emmanuel Macron, sobre as queimadas. "A França está cheia de problemas internos. O que ele quer é usar a Amazônia de forma política para se reeleger", disse.