O governo federal autorizou a contratação de brigadas federais temporárias para o combate a incêndios em várias partes do país. Portaria assinada pelo presidente interino do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Luis Carlos Hiromi Nagao, estabelece que o Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo) fará as contratações. Segundo a texto, o órgão, ligado ao Ibama, atenderá a municípios de 17 estados e o Distrito Federal.
O Prevfogo já foi usado pela oposição para criticar o governo Bolsonaro. Na última quinta-feira, os senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Fabiano Contarato (Rede-ES) e a deputada Joênia Wapichana foram ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedir o impeachment do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, entre outros motivos, por ter cortado, em maio, 50% dos recursos do centro de prevenção, uma soma de R$ 5,3 milhões, segundo Randolfe.
Segundo o texto da portaria, o ministério considera em estado de emergência ambiental ;os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rondônia, Roraima e Tocantins;. O texto fundamenta a necessidade de contratação de brigadistas em levantamento de áreas críticas feito pelo Prevfogo, com base nas detecções de calor registradas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), cujo presidente, o físico Ricardo Magno Osório Galvão, foi demitido em 2 de agosto, após divulgação de dados sobre o aumento do desmatamento na Amazônia.
A portaria prevê a contratação de brigadistas para municípios como Amarante do Maranhão, Fernando Falcão e Montes Altos, no Maranhão; Sena Madureira e Brasileia, no Acre; Oiapoque e Tartarugalzinho, no Amapá; Porto Velho, Machadinho D;Oeste e Nova Mamoré, em Rondônia, Humaitá, no Amazonas; Amajari, Cantá, Normandia, Boa Vista, e Uiramutã, em Roraima; Alto Paraíso, Cavalcante, Minaçu e Teresina de Goiás, em Goiás, entre outros.
Acre
Ainda ontem, o governo do Acre decretou situação de emergência em todo o estado, devido à escassez de chuvas e o crescente número de focos de calor. De acordo com o governo, o atual período de seca deve se estender por mais três meses, causando a diminuição da umidade relativa do ar e do nível dos rios, o que potencializa os riscos de incêndios florestais. A situação também ameaça o sistema de abastecimento de água para a população, relata a Agência Brasil.
Historicamente, o maior número de focos de incêndios florestais ocorre durante agosto e setembro, mas os dados registrados desde o início do ano superam os verificados em 2010, 2016 e 2018, considerados os piores já enfrentados pelo estado. O decreto tem vigência de 180 dias. Durante esse período, o governo acriano pode adquirir, sem necessidade de licitação, os bens e serviços necessários ao controle da situação.