Ronayre Nunes, Thays Martins
postado em 23/08/2019 20:36
Durante o pronunciamento de quatro minutos e 40 segundos em rede nacional de rádio e TV na noite desta sexta-feira (23/8), o presidente Jair Bolsonaro teve que lidar pela primeira vez com o bater de panelas de manifestantes. Os chamados panelaços se tornaram comuns durante o fim do governo Dilma Rousseff e também em pronunciamentos do ex-presidente Michel Temer.
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O panelaço ocorreu em várias cidades do país, sendo que em alguns casos era seguido de vaias. No Distrito Federal, foram registrados protestos ao menos na Asa Norte e em Águas Claras. As publicações marcadas com as hashtages #panelaço chegaram a mais de 40 mil postagens no Twitter ; às 20h53, era o tema mais comentado na rede social em todo o país. Confira algumas das postagens
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Desde cedo as redes sociais já se manifestavam convocando o movimento. Artistas e políticos fizeram postagens chamando as pessoas para participar do panelaço. O cantor Marcelo D2 e os deputados federais Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e Marcelo Freixo (PSol-RJ) estavam entre os que se pronunciaram.
Em oito meses de governo, este é o quarto pronunciamento em rede nacional de Bolsonaro. Porém, o primeiro com manifestações de descontentamento com as medidas do governante.
Manifestações a favor da Amazônia
A indignação em relação às queimadas na Amazônia não foi demonstrada somente nas redes sociais. Durante a tarde, diversos locais do Brasil e do mundo registraram protestos em favor da preservação do meio ambiente.
Em Brasília, o movimento reuniu centenas de pessoas na Rodoviária do Plano Piloto que seguiram até o Ministério do Meio Ambiente gritando palavras de ordem contra o presidente e titular da pasta, Ricardo Salles. A manifestação foi convocada por cerca de 20 organizações, coletivos e movimentos, entre eles o Conselho Indígena do DF e Comitê Estudantil pelo Meio Ambiente da Universidade de Brasília (Cema/UnB).
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Pelo menos em 11 cidades brasileiras foram convocados atos. Foram registradas ainda manifestações em Londres, Barcelona, Amsterdã, Genebra, Dublin, Buenos Aires. Em São Paulo, os manifestantes se reuniram em frente ao Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp) e seguiram para a superintendência do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) na cidade. No Rio de Janeiro a concentração foi na Cinelândia, no centro da cidade.
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Medidas foram anunciadas
Nesta sexta-feira (23/8), o governo já havia assinado um decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) que autoriza o reforço das Forças Armadas em terras indígenas e em unidades de conservação ambiental na região de Roraima. Os militares poderão agir na região a partir deste sábado (24/8) até 24 de setembro.
De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foram quase 2.500 novos incêndios em 48 horas no Brasil. A principal causa apontada é o desmatamento.
Apesar de anunciar as medidas para tentar conter o fogo, Bolsonaro insiste na tese de que os incêndios na região são normais para esta época do ano.