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Por soberania da Amazônia, Exército endossa fala de Bolsonaro contra Europa

A resposta endossa as declarações do presidente Jair Bolsonaro, que criticou o presidente da França, Emmanuel Macron, de evocar ''mentalidade colonialista''

O Exército encampou o embate do governo federal contra potências da Europa Ocidental em defesa à soberania do país sobre a Floresta Amazônica. Em cerimônia alusiva ao Dia do Soldado, celebrado em 25 de agosto, o comandante do Exército, general Edson Leal Pujol, alertou aos ;incautos que insistem em tutelar os desígnios da brasileira Amazônia; que ;os soldados do Exército de Caxias estarão sempre atentos e vigilantes;. As palavras foram citadas em referência à Ordem do Dia, nesta sexta-feira (23/8).

A resposta endossa as declarações do presidente Jair Bolsonaro, que, na quinta-feira (22/8), no Twitter, criticou o presidente da França, Emmanuel Macron, de evocar ;mentalidade colonialista;. ;O governo brasileiro segue aberto ao diálogo, com base em dados objetivos e no respeito mútuo. A sugestão do presidente francês, de que assuntos amazônicos sejam discutidos no G7, sem a participação dos países da região, evoca mentalidade colonialista descabida no século XXI;, declarou.

O tom, embora sem ênfase nominal, de maneira velada, foi encampado por Pujol. ;Guerreiros astutos que patrulham os 16 mil quilômetros da nossa faixa de fronteira terrestre, nossos rios, campos, montanhas e florestas, garantindo a soberania do país. Aos incautos que insistem em tutelar os desígnios da brasileira Amazônia, não se enganem! Os soldados do Exército de Caxias estarão sempre atentos e vigilantes, prontos para defender e repelir qualquer tipo de ameaça;, destacou.

O discurso foi endossado pelo enaltecimento aos soldados do Exército brasileiro. ;Nesta cerimônia festiva em que, perfilados, abatemos nossas espadas e prestamos respeitosa continência em homenagem ao ;soldado-exemplo;, reverenciamos, também, todos os demais soldados que, diuturnamente, emprestam de forma abnegada o braço forte e a mão amiga em benefício da sociedade brasileira sendo, muitas vezes, presença única do Estado nos mais de 8 milhões e 500 mil quilômetros quadrados do território nacional;, ponderou.

Ataques à soberania

As declarações proferidas na Ordem do Dia pelo comandante do Exército são, na verdade, o endossamento do que vem defendendo o ex-comandante da Força, general Eduardo Villas Bôas, atualmente assessor especial do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República. No Twitter, ele comentou o assunto, com críticas a Macron. ;Com uma clareza dificilmente vista, estamos assistindo a mais um país europeu, desta vez a França, por intermédio do seu presidente Macron, realizar ataques diretos à soberania brasileira, que inclui, objetivamente, ameaças de emprego do poder militar;, acusou.

A questão, emendou Villas Bôas, ;ultrapassa os limites do aceitável na dinâmica das relações internacionais;. ;É hora do Brasil e dos brasileiros se posicionarem firmemente diante dessas ameaças, pois é o nosso futuro, como nação, que está em jogo;, declarou. ;Segundo ele (Macron), o tema será discutido na próxima reunião do G7 dentro de dois dias. A questão que se coloca é de onde viria autoridade moral daquele país que, como disse Ho Chi Minh (estadista vietnamita), é a pátria do iluminismo, mas, quando viaja, se esquece de levá-lo consigo;, criticou, na noite de quinta-feira (22/8).