A pouco mais de um mês para anunciar o futuro chefe da Procuradoria-Geral da República (PGR), o presidente Jair Bolsonaro voltou a falar sobre a dificuldade de escolher um nome para comandar o órgão a partir de setembro.
Em fala com os jornalistas na manhã desta quinta-feira (15/8), o presidente disse que "são todos bons nomes". Segundo Bolsonaro, a tarefa é difícil por demandar muito de uma pessoa só.
"Não pode ser uma pessoa com uma só virtude. Tem que, como um todo, colocar o Brasil para frente. Você bota um cara, por exemplo, especialista em combate à corrupção. Daí a questão ambiental, como que fica? Vai botar alguns, como no passado, atrapalhando essa área que é importantíssima para o desenvolvimento do Brasil? E as minorias? E a questão indígena?", pontuou.
Ao citar os assuntos tratados pelo órgão, Bolsonaro disse que "de vez em quando, o PRG é mais importante que o presidente". O escolhido pelo presidente substituirá Raquel Dodge, que sai em 17 de setembro.
Sobre a possibilidade de indicar o procurador da República e coordenador da Lava-Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, o presidente disse que não foi procurado por Deltan. "Quem quer ser candidato, quem quer entrar na lista tem que me procurar", disse. Questionado se o nome de Deltan já foi indicado, Bolsonaro respondeu que "o nome dele lá atrás já foi cogitado por alguém".
Perfil
Em outras ocasiões, o presidente Jair Bolsonaro já havia falado que o novo PGR deverá ser alinhado com o governo. Além de ser alguém que trabalhe pela "família", e que não tenha "ojeriza ambiental", Bolsonaro disse que o chefe do órgão deve entender que as leis "têm de ser feitas para a maioria e não para as minorias".
Na terça-feira (13/8), ele recebeu pela primeira vez o subprocurador-geral da República, e o primeiro nome da lista tríplice da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), Mário Bonsaglia. A expectativa, no entanto, é que ele escolha alguém fora da lista, e o mais cotado para vencer a disputa, até agora, é o subprocurador-geral Augusto Aras.