Um dia após a expulsão do deputado federal Alexandre Frota (SP) do PSL, o líder do partido na Câmara dos Deputados, Delegado Waldir (GO), negou que o partido seja intolerante ou intransigente. Segundo ele, as divergências são naturais e ocorrem inclusive no âmbito pessoal ou familiar.
"A gente não pode ser intransigente, querer puritanos no PSL. Se não, vamos virar um PT à direita", disse Waldir em entrevista à Rádio Eldorado. "Temos de respeitar as diferenças. O que não queremos é extremista de esquerda. Agora dizer que queremos (pessoas) 100% de direita é exagero político, essa não é a pretensão do PSL".
Waldir afirmou que as divergências são normais dentro de um partido e são indissociáveis da política. "Se em casa a gente briga, imagina em um partido que temos 53 líderes? É normal ter divergências, formação de alas, todo partido tem isso. E (isso) brota com mais efervescência em razão de eleições municipais no ano que vem. Tem fundo partidário, tem recurso, briga pelo poder", afirmou.
Na terça, o PSL decidiu expulsar o deputado Alexandre Frota por "infidelidade" após críticas ao governo e a colegas de bancada nos últimos meses. O deputado também foi criticado por se abster na votação do 2º turno da Previdência, o que foi considerado uma "traição" à legenda.
O jornal O Estado de S. Paulo mostrou nesta quarta que o PSL pretende implantar uma espécie de "filtro" ideológico para definir quem serão seus candidatos nas próximas eleições e evitar que nomes considerados desalinhados ao governo Jair Bolsonaro representem a sigla.
Defesa de Bolsonaro
O líder do PSL na Câmara afirmou ainda que o presidente Jair Bolsonaro respeita opiniões diferentes. "O presidente não respeita aqueles que fazem ataques pessoais ou quebram a confiança. Ele tem uma forma de gestão". Ele disse que os ministros Paulo Guedes, da Economia, e Sérgio Moro, da Justiça, não pensam "igual ao presidente" em todos os temas, mas ainda assim integram o governo.
Waldir defendeu também a indicação de Eduardo Bolsonaro para o cargo de embaixador do Brasil em Washington. "Se preencher os requisitos e não for nepotismo, não vejo nenhum impedimento. Ele vai ter que mostrar que é competente, vai ser muito mais cobrado que qualquer embaixador do Brasil no mundo".