A ministra alemã do meio ambiente, Svenja Schulze, reagiu à declaração do presidente Jair Bolsonaro de que a Alemanha estava comprando a Amazônia à prestação com o investimento de recursos para a proteção da floresta. ;Apoiamos a região amazônica para que ocorra menos desmatamento. Se o presidente não quer isso, precisamos conversar. Eu não posso simplesmente ficando dando dinheiro enquanto continuam desmatando;, afirmou, em entrevista ao jornal alemão Deustsche Welle.
A Alemanha suspendeu um aporte de 35 milhões de euros (cerca de R$ 155 milhões), que seriam destinados à preservação da floresta, após as recentes divulgações feitas pelo Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais (Inpe), de que o desmatamento cresceu 88% em junho e 278% em julho, ambos comparados com o mesmo período do ano passado. Por sua vez, o Executivo atribui as elevadas taxas de crescimento à inserção de informações anteriores ao mês de referência.
O governo alemão investe em projetos de proteção à Amazônia há mais de uma década ; de acordo com o jornal Tagesspiegel, desde 2008, foram disponibilizados 95 milhões de euros, cerca de R$ 425 milhões.
No domingo, Bolsonaro afirmou que o Brasil não precisa do dinheiro alemão, ao saber do corte no investimento. ;Vai deixar de comprar a Amazônia à prestação. Pode fazer bom uso dessa grana. O Brasil não precisa;, ressaltou. ;Você acha que grandes países estão interessados na imagem do Brasil ou em se apoderar do Brasil?;