"Eu não peço. Certas coisas, eu mando, por isso eu sou presidente. Mesmo que ele viesse provar que os dados estavam até mesmo certo, não tinha mais clima", reconheceu Bolsonaro. Os dados aos quais o presidente se referiu são sobre um aumento de 88% do desmatamento da Floresta Amazônica em junho deste ano em relação ao mesmo mês de 2018. O levantamento foi divulgado pelo Inpe com o aval de Galvão.
"Eu acho até que se um funcionário como ele descobre um dado desse, ele tinha que chegar apavorado até para os ministros para falar olha o que vai estourar, o que a gente vai divulgar, o absurdo. Avisa o presidente para não ser surpreendido", analisou Bolsonaro. "Ele tem que manter reservados esses dados antes de sair. Ele tem a responsabilidade", emendou.
Bolsonaro se eximiu de ter censurado o ex-diretor do Inpe, e classificou a conduta de Galvão como "lamentável", que poderia ter agido "de forma diferente". "Eu não censurei, eu não disse que não tinha que divulgar, mas a forma com que foi divulgado, com áreas sobrepostas, áreas acumuladas. É complicado. Não é a posição de um brasileiro que quer servir a sua pátria está preocupado com os negócios do Brasil. É lamentável", frisou.
Ainda de acordo com Bolsonaro, os dados sobre desmatamento atrapalham a conclusão de acordos comerciais entre o Brasil e blocos econômicos e outros países. "Há um interesse enorme em desacreditar o Brasil. Você mexe com a economia do mundo. Estamos adiantados (em acordos) do Mercosul com Japão, Coreia do Sul, Estados Unidos, isso dá um freio na gente, perde todo mundo", disse.