[SAIBAMAIS]O Supremo resolve uma disputa entre o Planalto e o Congresso nacional. A transferência para a Agricultura foi determinada pelo presidente Jair Bolsonaro ao editar a MP que reformulou a estrutura ministerial. No entanto, ao votar a medida, o Legislativo devolveu as demarcações para a Funai.
Em junho, Bolsonaro insistiu e editou uma nova medida provisória. Então, o ministro Luís Roberto Barroso suspendeu o ato. A decisão de Barroso foi chancelada agora pelos demais integrantes da Corte.
Última palavra é do Congresso
Barroso declarou que a Constituição deixa claro quais as competências do Executivo e do Legislativo. "Além do caráter explícito da norma constitucional, há precedente. [...] A última palavra em relação ao que deve ser lei no país é dada pelo Congresso Nacional", disse.Em seu voto, o ministro Celso de Mello destacou que a edição de uma medida provisória, com o mesmo texto já rejeitado pelo Legislativo, configura violação do princípio da separação dos Três Poderes, que está previsto na Constituição Federal. Para ele, Bolsonaro invadiu as competências do Congresso Nacional.
"O comportamento do atual presidente, revelado na atual edição de MP rejeitada pelo Congresso no curso da mesma sessão legislativa, traduz uma clara e inaceitável transgressão à autoridade suprema da Constituição Federal e uma inadmissível e perigosa transgressão ao princípio fundamental da separação de poderes", afirmou o decano da Corte.
"O comportamento do atual presidente, revelado na atual edição de MP rejeitada pelo Congresso no curso da mesma sessão legislativa, traduz uma clara e inaceitável transgressão à autoridade suprema da Constituição Federal e uma inadmissível e perigosa transgressão ao princípio fundamental da separação de poderes", afirmou o decano da Corte.