A 62; fase da Lava-Jato, deflagrada ontem pela Polícia Federal, mirou um esquema de lavagem de dinheiro e pagamento de propina por parte do Grupo Petrópolis, da marca Itaipava. Entre os alvos de um mandado de prisão preventiva está o presidente da empresa, Walter Faria. Ele não foi encontrado pelos agentes. De acordo com as diligências, a cervejaria tem ajudado a Odebrecht a pagar propina, por meio da troca de dólares por reais em contas no exterior. Segundo a denúncia, Faria repatriou para o Brasil, R$ 1,4 bilhão de origem ilegal.
O caso está sendo apurado desde 2016. No entanto, entre 2018 e 2019, os investigadores notaram, após quebra de sigilo bancário, diversas movimentações em contas ligadas a Faria fora do país. Há três anos, a PF encontrou, na casa do executivo da Odebrecht Benedicto Junior, planilhas com nomes de pessoas ligadas à cerveja Itaipava. Em 2017, a pedido da empreiteira, Faria enviou à PF uma planilha que indica repasses eleitorais ilegais a diversos políticos. De acordo com o documento, apenas entre 2010 e 2012, foram pagos mais de R$ 68 milhões.
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Além do pedido de detenção do empresário, foram expedidos cinco mandados de prisão temporária e 33 de busca e apreensão. Até o fechamento desta edição, três pessoas tinham sido detidas. Em nota, o Grupo Petrópolis informou que seus executivos ;já prestaram anteriormente todos os esclarecimentos sobre o assunto aos órgãos competentes;. Disse também que ;sempre esteve e continua à disposição das autoridades para o esclarecimento dos fatos;. (RS)