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Politica

PSol vai à PGR após ataque de Bolsonaro contra pai do presidente da OAB

Partido alega que o presidente faz apologia ao crime e atenta ''contra os princípios da administração pública, da moralidade, da legalidade e da lealdade às instituições''

Após o Partido dos Trabalhadores (PT), o líder do PSol na Câmara dos Deputados, Ivan Valente, anunciou que é mais um partido a entrar com representação na Procuradoria-geral da República (PGR) contra Jair Bolsonaro após o ataque dele, nessa segunda-feira (29/7), contra o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz.

Pela manhã, em entrevista, o presidente da República questionou a atuação da OAB e disse que um dia contará ao presidente da entidade, Felipe Santa Cruz, como o pai desapareceu na ditadura. ;Um dia, se o presidente da OAB quiser saber como é que o pai dele desapareceu no período militar, eu conto pra ele. Ele não vai querer ouvir a verdade;, afirmou ele ao questionar o inquérito sobre a facada sofrida no período eleitoral.

Mais tarde, em transmissão ao vivo no Facebook enquanto cortava o cabelo, Bolsonaro afirmou que as informações que obteve em conversas dão conta de que o desaparecimento do pai presidente da OAB foi obra de um grupo de esquerda. Assim, na versão do chefe do Executivo, os militares não são os responsáveis pela morte.

De acordo com a ação do PSol, as declarações são desumanas. ;Configuram uma violação dos pilares básicos do Estado Democrático de Direito, em especial, a dignidade da pessoa humana, e são absolutamente incompatíveis com a Constituição Federal de 1988, os Tratados Internacionais de Direitos Humanos e a legislação nacional;, alega.

Ainda de acordo com a legenda, Bolsonaro atingiu os familiares de vítimas da ditadura militar brasileira. Além disso, alega o partido, o presidente faz apologia ao crime e atenta ;contra os princípios da administração pública, da moralidade, da legalidade e da lealdade às instituições;.

Punições

O PSol pede a apuração sobre a responsabilidade de Bolsonaro; punição nos âmbitos civis e penais; e a propositura de ação de indenização por danos morais coletivos, com a conversão da indenização para entidades de direitos humanos.

O presidente da OBA chamou, nessa segunda-feira, de ;crueldade e falta de empatia; e afirmou que vai acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) para pedir que Bolsonaro conte o que ele sabe sobre a morte do pai.