Os advogados do hacker Walter Delgatti Neto, preso por suspeita de invadir celulares de diversas autoridades, afirmou que o cliente deixou com pessoas dentro e fora do país cópias de mensagens relacionadas às vítimas. De acordo com a defesa, os arquivos, obtidos por meio das contas de juízes, parlamentares e procuradores no aplicativo Telegram, foram distribuídos para ;fiéis depositários;. Delgatti Neto confessou ter hackeado o ministro da Justiça, Sérgio Moro, e o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da Lava-Jato no Paraná, entre outros.
Nos trechos dos depoimentos divulgados até agora, o acusado contou que repassou para o jornalista Glenn Greenwald, do site The Intercept Brasil, os diálogos hackeados. Também disse que pretendia entregar cópias dos arquivos para o PT. Ele confessou ainda que foi a ex-deputada Manuela D;Avilla (PCdoB) que lhe passou o contato do jornalista americano.
Em nota, os advogados dos suspeitos informaram sobre o destino do conteúdo subtraído dos celulares. ;Para todos os fins, registra, por pertinente, que o conjunto das informações está devidamente resguardado por fiéis depositários, nacionais e internacionais;, diz a manifestação. A Polícia Federal suspeita que, além dos quatro presos na Operação Spoofing, outras seis pessoas estão envolvidas nos ataques.
Delgatti Neto tem pelo menos 20 acusações contra ele em instituições policiais e na Justiça. Na maioria delas, é suspeito de estelionato. Na lista de vítimas, estão bancos, advogados, empresários, governo e cidadãos em geral. Quando foi preso pela PF, ele estava sendo procurado por envolvimento com drogas, além de falsificação de documento público.