Leiro também comentou sobre os supostos diálogos entre o então juiz Sérgio Moro e integrantes da Operação Lava-Jato. Ele disse não enxergar irregularidade nas mensagens. ;Você deve evitar esse tipo de contato, mas é normal e acontece;, frisou. Segundo ele, as conversas não comprometem a validade da operação. ;Tudo que foi investigado na Lava-Jato já passou por várias instâncias e todas referendaram em sua quase totalidade. A operação não é só o ministro Sérgio Moro e o procurador Dallagnol (Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa em Curitiba), é todo um arcabouço que está validado. Acredito muito nas provas que foram colhidas, porque foram ratificadas, são robustas e ninguém fabricou o que foi apurado.;
Sobre a decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, de suspender todos os processos baseados em dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), compartilhados sem autorização judicial, Leiro considerou os danos. ;Se essa decisão for extensiva, realmente o prejuízo é gigantesco, podendo colocar o Brasil como um paraíso para a lavagem de dinheiro do crime organizado. Sem o Coaf, vai se tornar muito difícil obter informações para identificar indícios de lavagem de dinheiro;, ressaltou. Ele defendeu que decisões com essa magnitude deveriam ser tomadas pelo plenário, por gerar insegurança jurídica.
Leiro também falou a respeito do clima de insatisfação dos policiais com a reforma da Previdência. ;Foi-nos prometido, de certa forma, pelo presidente, um tratamento similar ao que foi feito com os militares e, até o último instante, nós tínhamos a informação de que a nossa aposentadoria ia tramitar com a dos militares;, contou. ;Fomos surpreendidos com o envio da nossa junto à PEC como um todo. O Brasil continua a ter a pior aposentadoria policial do mundo, mesmo com as alterações que foram feitas.;
*Estagiária sob a supervisão de Cida Barbosa