Ao participar de um evento pelo Dia Nacional do Futebol, Bolsonaro disse que no país há uma pequena parte que passa fome. "É um país em que a gente não sabe por que uma pequena parte passa fome e outros passam mal, ainda", disse.
O presidente, então, se irritou quando um jornalista questionou se ele estava voltando atrás com relação à declaração anterior. "Se for entrar em detalhes, filigranas, eu vou embora (..) Eu não estou vendo nenhum magro aqui. Temos um problema alimentar no Brasil, temos. Não é culpa minha, vem de trás. Estou tentando resolver", disse.
A polêmica começou pela manhã, quando, ao ser perguntado o que o governo estava fazendo para impedir o aumento da fome no Brasil, Bolsonaro disse: "Falar que se passa fome no Brasil é uma grande mentira. Passa-se mal, não se come bem, aí eu concordo. Agora, passar fome, não. Você não vê gente, mesmo pobre, pelas ruas, com físico esquelético, como a gente vê em alguns outros países pelo mundo".
Logo em seguida, Bolsonaro criticou as políticas dos governos anteriores e a criação de bolsas. "É o país das bolsas", afirmou. "O que faz tirar o homem da miséria ou a mulher é o conhecimento", completou.
Com informações da Agência France-Presse
O que diz a ONU
A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) apontou em setembro passado que os programas de combate à fome no Brasil se estagnaram, já que o número de pessoas que passam fome diminuiu apenas de 5,2 milhões em 2014 para 5,1 milhões em 2017.
Outro relatório da FAO, de outubro de 2018, detalha que o número de pessoas vítimas do flagelo no Brasil havia caído de 10,6% da população (cerca de 19 milhões de pessoas) no começo dos anos 2000 para menos de 2,5% no período de 2008 a 2010. O organismo destaca o papel dos programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, nesses avanços.
Com informações da Agência France-Presse