O presidente Jair Bolsonaro embarca para a cidade argentina de Santa Fé, onde participa nesta semana da cúpula do Mercosul. Antes da viagem, afirmou, em entrevista concedida ainda em Brasília, ao jornal Clarín, que vai discutir com o presidente da Argentina, Maurício Macri, novos acordos do Mercosul com outros blocos e países. Na lista, disse o presidente, estão Japão, Coreia do Sul e Estados Unidos.
A 54; cúpula dos países do bloco ; Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai ; será a primeira após o anúncio do acordo comercial com a União Europeia. O encontro também marcará a transmissão da presidência rotativa do bloco para Jair Bolsonaro ; atualmente, o comando está com Macri.
A participação do presidente brasileiro no encontro será precedida de uma série de reuniões entre funcionários de governos e diplomatas, que vão discutir medidas para simplificar e desburocratizar as relações comerciais e institucionais entre os países do bloco e outras nações. ;Será uma reunião fantástica, com a certeza de que nossos conselheiros do Itamaraty nos orientarão sobre como podemos fazer acordos semelhantes aos da União Europeia com outros países ou outros blocos;, destacou o presidente.
Na entrevista ao Clarín, Bolsonaro criticou a chapa formada por Alberto Fernández com a ex-presidente Cristina Kirchner como vice, que aparece empatada em várias pesquisas com Macri. Ele reafirmou seu apoio à reeleição de Mauricio Macri para que a Argentina ;não siga a linha da Venezuela;.
O presidente brasileiro criticou o fato de Fernández ter dito que pretende revisar o acordo entre o Mercosul e a União Europeia. ;Isso traz problemas econômicos para Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. Estamos concentrados na economia. Um governo com a economia frágil não se sustenta.;
Visita a Lula
Bolsonaro ainda ressaltou que não quer ver Cristina ;de volta ao poder;, embora também tenha dito que não pretende ;interferir politicamente em outro país;. Para ele, o fato de ;o candidato de Cristina;, Alberto Fernández, ter visitado o ex-presidente Lula na prisão em Curitiba ;demonstra um completo desconhecimento do que acontece no Brasil;.
Ele afirmou que o PT tinha um ;projeto de poder; e ;assaltou as empresas estatais;, levando a Petrobrás ;quase à destruição; e deixando ;os fundos de pensão também quebrados;.
O presidente brasileiro disse ainda que, quando era deputado, fazia oposição ao Mercosul, ;mas por sua tendência ideológica;. Ele relatou ter conversado anteriormente com Macri e que ambos decidiram que ;essa tendência ideológica tem de deixar de existir;. ;Temos de ir ao livre mercado e fazer acordos com a maior quantidade de blocos ou países do mundo.;
Bolsonaro também falou da economia interna e sobre as medidas que o governo tem tomado para reativar o crescimento. Segundo ele, a aprovação da reforma da Previdência é o objetivo no momento, mas que há outras agendas em andamento para desbloquear a economia.
;A MP da Liberdade Econômica, que nos próximos dias será transformada em lei efetiva, facilitará a vida dos empreendedores. Existem dezenas de medidas de desburocratização que facilitarão a vida da população.;
Segundo ele, a economia voltará a crescer já neste ano, com a aprovação da Previdência. Bolsonaro também afirmou que pediu ao ministro da Economia, Paulo Guedes, para lançar o programa ;Minha primeira empresa;.
Fim de taxas em Noronha
Bolsonaro voltou às redes sociais ontem para criticar a cobrança, desde 2012, de ingressos para visitar o Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha, o que classificou como ;roubo praticado pelo governo federal;. Em postagem no Facebook, Bolsonaro compartilhou vídeo de autoria desconhecida que mostra a Praia do Sancho, eleita como a melhor praia do mundo, praticamente deserta. O autor da filmagem pergunta sobre a taxa de acesso. O valor do ingresso é de R$ 106 para turistas brasileiros e R$ 212, para estrangeiros, o que, na opinião do presidente, explica por que ;quase inexiste turismo no Brasil;.