O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) arquivou a investigação sobre o deputado estadual Luiz Paulo Corrêa da Rocha (PSDB) no âmbito do caso Coaf, o mesmo que recai sobre o senador e ex-deputado Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). O tucano foi um dos nove parlamentares da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) que tiveram sigilo quebrado pela Justiça a fim de apurar as movimentações financeiras atípicas detectadas por relatórios do órgão federal.
O deputado afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo que já esperava que o caso fosse arquivado e que recebeu a notícia "com satisfação", apesar de lamentar o desgaste causado pela história. Disse ainda que entregou ao Ministério Público, em dezembro de 2018, diversas informações financeiras e bancárias para ajudar na investigação. "No meu gabinete não tem 'rachadinha'. E nunca tive patrimônio incompatível com a minha renda."
As investigações iniciadas com base nos relatórios financeiros correm sob segredo de Justiça. Luiz Paulo não foi informado oficialmente sobre o arquivamento, noticiado hoje pelo colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, e confirmado pela assessoria do Ministério Público estadual.
Os holofotes dos trabalhos do MP-RJ estão sobre a investigação que apura a suposta prática dos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa no gabinete de Flávio Bolsonaro. A Justiça fluminense autorizou em abril a quebra dos sigilos bancário e fiscal de 86 pessoas e nove empresas ligadas ao senador. O período abarcado é de 2007 a 2018.
Os promotores acusam o ex-assessor Fabricio Queiroz de operar o esquema denunciado - os relatórios do Coaf mostraram que ele movimentou, no período de um ano, R$ 1,2 milhão, valor considerado atípico para seus rendimentos. A história foi revelada pelo Estado em dezembro do ano passado.
Na próxima terça-feira, 16, o plenário do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) julgará um habeas corpus apresentado pela defesa do filho do presidente Jair Bolsonaro, que considera ilegal a sua quebra de sigilo.