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'Expulsão do partido não é bom para a democracia', afirma deputado

Alvo de um processo no Conselho de Ética do PSB por ter contrariado seu partido e votado a favor da reforma da Previdência, o deputado Felipe Rigoni (ES) disse nesta quinta-feira, 11, ao jornal O Estado de S. Paulo que não considera a expulsão da legenda "uma ferramenta boa para a democracia". Afirmou ainda ter sido procurado formalmente por sete partidos. O PSB teve na votação da reforma 11 "dissidentes". Segundo o presidente do PSB, Carlos Siqueira, há representações contra todos esses parlamentares e serão instaurados processos no Conselho de Ética a partir de segunda-feira. "A atitude foi extremamente grave e imperdoável. Todos sabem em qual partido entraram, a história do PSB, a visão programática, e agiram assumindo as consequências dessa escolha", disse Siqueira. Por que decidiu ir contra a orientação do PSB na votação da reforma da Previdência? Antes de votar contrário à orientação do PSB, decidi votar a favor da reforma da Previdência. Era uma pauta minha há muito tempo. Estudei o texto profundamente e entendo que precisamos de uma reforma, se não o Brasil entrará em caos fiscal. Em cinco, seis anos, os Estados estariam quebrando. Como foi a repercussão interna após a votação? Em relação à bancada do PSB (de 32 deputados), quase na totalidade se respeita a decisão dos 11 que decidiram votar a favor (da reforma). Todos foram por convicção. Mas continua sendo uma bancada muito unida e, obviamente, o partido vai tomar as providências cabíveis. Pode ser que eu seja expulso, ou que os 11 sejam expulsos. Como avalia uma eventual expulsão do partido? Não acho a expulsão uma ferramenta boa para a democracia. Um grupo não é formado por uma opinião só. É formado por várias opiniões que convergem e acredito que há de se respeitar diversidades. Quero e tendo a acreditar que não vai ter expulsão, mas punição eu terei. Todo mundo sabia que teria algum tipo de penalidade. Já foi procurado por outros partidos? Formalmente, por sete partidos. Informalmente, não consigo nem contar. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.