Parlamentares do PSol exibiram, no plenário da Câmara, listas com centenas de assinaturas, contra a reforma da Previdência. Vice-líder do PSol, o deputado Marcelo Freixo (RJ), afirmou que parte dos nomes foi colhido do lado de fora da Casa, onde cerca de 120 manifestantes, segundo a Polícia legislativa, se reúnem para pedir a derrubada do texto. A bancada do partido colou as folhas com os registros para dar uma noção da quantidade.
;São inúmeros abaixo assinados, colhidos por diversos trabalhadores, de diversas categorias, contra a reforma da Previdência. Categorias de trabalhadores que foram impedidas de entrar hoje na Câmara. Isso aqui é chamado de Casa do Povo quase como uma ironia. Os poucos professores que entraram, entraram porque ganharam uma ação com o ministro Toffoli. Porque lá fora, estão ganhando gás de pimenta e não puderam entrar para defender seus interesses;, reclamou o parlamentar. ;É um retrocesso democrático grande;, acrescentou.
Do lado de fora da Câmara, em um momento de tensão, homens da Polícia Militar pediram que manifestantes se afastassem da entrada. Ocorreu um empurra-empurra e os PMs reagiram com gás-lacrimogêneo, dispersando a multidão. A principal reivindicação era a retirada dos professores da reforma. Os presentes pediram, também, a revisão da situação das mulheres e das viúvas, que poderão receber menos de um salário mínimo de pensão, se perderem o cônjuge.
Questionado sobre o andamento da votação e as chances de impedir que o texto passe, ao menos, nesse semestre, Freixo garantiu que a oposição brigaria até o fim das votações, mas disse acreditar que as votações acabem até sexta. ;Depois que o ministro da Saúde disse que em um dia, dia 8, liberou R$ 980 milhões para deputados para conseguir votos na reforma da previdência, ele claramente disse que através dos recursos da saúde, os votos da previdência foram comprados. O nome disso é estelionato. É lamentável que as pessoas se vendam e depois ergam a bandeira do Brasil aqui dentro. Nesse sentido, eles têm uma ampla maioria, mas nós vamos lutar de pé e até o final;, afirmou.