O problema é que, para a interlocução avançar, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ou o ministro da Economia, Paulo Guedes, precisam ceder. Fatores que contribuem para as incertezas do sucesso na votação da matéria.
A sugestão de uma emenda aglutinativa foi apresentada nesta quarta-feira (9/7) ao governo pelo DEM, que abraçou uma articulação montada por deputados dispostos a votar a favor de destaques favoráveis a regras de aposentadoria mais suaves para servidores da Polícia Federal (PF) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
O líder do DEM, Elmar Nascimento (BA), após conversar com Alan Rick (AC) e Luis Miranda (DF), apresentou a proposta a Maia, que orientou que o correligionário a enviasse ao governo. A articulação, capitaneada pelo ministro-chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, confirma a proposta. O problema é como trabalhá-la. Um articulador governista diz que o principal entrave para a emenda aglutinativa ser encaminhada está na resistência de Guedes em conceder brecha para os policiais.
A concessão de regras mais suaves para a PF e PRF geraria uma economia de R$ 2 bilhões a menos no montante calculado em 10 anos. Uma economia reconhecidamente pequena pela liderança do governo. O problema é que, em 14 de junho, Guedes declarou que os deputados ; supostamente pressionados por lobbys de servidores públicos ; poderiam ;abortar a Nova Previdência;. O episódio gerou uma crise com Maia, que classificou o governo como ;usina de crises;. Agora, Guedes não quer ceder, sob pretexto político de recuar em uma matéria que ele mesmo criticou. E o presidente da Câmara, por sua vez, não vai fazer esforços para se engajar na discussão da matéria sem o aval do chefe da equipe econômica. O impasse constrange lideranças governistas, que se veem em meio ao fogo cruzado.