O presidente Jair Bolsonaro tenta medir a popularidade do governo com estratégias como participações em jogos de futebol e fotos com apoiadores, no Palácio da Alvorada e em eventos. A aparição mais expressiva, nas últimas semanas, foi ontem, na final da Copa América, no Rio de Janeiro. Com isso, ele não tenta apenas manter o apoio em alta para encarar as disputas atuais, como a reforma da Previdência, mas também mostra já estar de olho nas próximas eleições.
Foi o que deu a entender no sábado, em uma festa julina no Clube Naval, em Brasília. Em rápida conversa com jornalistas, na chegada, ele voltou a sinalizar que pretende se candidatar à reeleição em 2022, quando acaba o primeiro mandato. ;Pegamos um país quebrado, moral, ética e economicamente, mas, se Deus quiser, conseguiremos entregá-lo muito melhor a quem nos suceder em 2026;, disse.
O presidente também afirmou, antes da festa, que o Brasil é uma ;virgem que todo tarado de fora quer;. A fala foi em resposta a uma declaração feita mais cedo pelo papa Francisco, sobre o desmatamento na Amazônia. O pontífice citou a situação na floresta como um exemplo de problemas ambientais e sociais que estão acontecendo em várias partes do mundo.
Reeleição
Bolsonaro já tinha mencionado a intenção de ser reconduzido ao cargo em 20 de junho, quando visitou a família no interior de São Paulo. Na ocasião, ele disse que ;pode jogar fora a possibilidade;, caso o Congresso mude em peso as regras eleitorais, mas, ;se não tiver uma boa reforma política, e se o povo quiser, estamos aí para continuar mais quatro anos;, reforçou.
As falas contradizem o discurso feito por ele durante a campanha presidencial de 2018, em que se posicionou abertamente contra a reeleição. Em outubro, Bolsonaro afirmou, inclusive, que estava conversando com parlamentares para colocar a proibição em um projeto de reforma política. (AA)