Os 36 votos que confirmaram a aprovação do parecer da reforma da Previdência na Comissão Especial da Câmara fizeram o governo acreditar ser possível também conseguir a ampla maioria de toda a Casa. Ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni reconheceu que a diferença de votos ontem foi ;extraordinária; e ;maior do que imaginava;, e frisou que isso significa que o parecer pode se ;encaminhar muito bem para a decisão do plenário;.
O ministro comemorou a decisão da comissão e não poupou elogios ao relator do parecer, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), que alterou a versão do texto da reforma três vezes. ;Ele montou um projeto da Nova Previdência que corrige problemas da atual e prepara o Brasil para o futuro. Com aprovação na comissão, que esperamos confirmar no plenário da Câmara e no Senado, o Brasil terá solvência fiscal. O problema fiscal do país estará resolvido, talvez, pelas próximas duas décadas, o que significa que passaremos a estar do lado das principais nações do mundo;, afirmou Lorenzoni.
Para ser aprovada no plenário, próxima fase pela qual a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) precisa passar, o governo precisa garantir 308 votos favoráveis, em duas rodadas de votação. O recesso parlamentar começa oficialmente em 18 de julho e, pelo regimento da Câmara, quando a matéria é aprovada em primeiro turno, há um intervalo de cinco sessões, que pode cair por acordo entre os deputados. Foi o que aconteceu, por exemplo, na votação da PEC do Orçamento Impositivo, que teve as duas rodadas na mesma noite. ;Se for possível votar o segundo, com quebra de interstício, aí vamos ficar muito mais felizes;, comentou o ministro.
Cautela
O líder do governo na Câmara, deputado major Vitor Hugo (PSL-GO), classificou o resultado de ontem como uma vitória do país. A base aliada do presidente Jair Bolsonaro contribuiu para a derrubada de dois destaques que alterariam as normas de aposentadoria dos integrantes da segurança pública, como policiais da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal, da Polícia Militar e da Polícia Civil, servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), bombeiros, agentes de trânsito, agentes penitenciários e guardas municipais. ;Votamos contra os destaques, para não arriscar uma previdência que vai para 208 milhões de brasileiros por causa da falta de um acordo político;, explicou Vitor Hugo, evitando classificar a queda das proposições como uma derrota do Executivo. (AF e AA)