Rodolfo Costa
postado em 03/07/2019 19:29
A modificação do parecer do relator da reforma da Previdência, Samuel Moreira (PSDB-SP), tem dedo do presidente Jair Bolsonaro. O chefe do Executivo federal se engajou pessoalmente na articulação política para equiparar as aposentadorias de policiais federais e rodoviários federais às de policiais militares na reforma da Previdência, o que pode fazer com que as duas primeiras categorias se aposentem mais cedo do que vinha sendo previsto (55 anos para homens e mulheres). O presidente da Cârama, Rodrgo Maia, disse, no entanto, que as alterações não devem ser feitas no parecer da refrma.
De São Paulo, onde participou na manhã desta quarta-feira (3/7) da solenidade de passagem do Comando Militar do Sudeste (CMSE), Bolsonaro iniciou uma interlocução com os ministros da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, da Economia, Paulo Guedes, e com o secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, para incluir regras de aposentadoria especiais para as categorias das forças auxiliares de segurança pública.
As conversas começaram por telefone e se estenderam no retorno de Bolsonaro a Brasília, a ponto de ele ter cancelado a participação em evento na Praça dos Três Poderes sobre doação de materiais e equipamentos de segurança pública aos estados, por meio da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp). O ministro da Justiça, Sérgio Moro, esteve presente, acompanhado do vice-presidente Hamilton Mourão.
Além de Bolsonaro, Guedes, Onyx e Marinho, a articulação para a inclusão de regras mais benéficas para as categorias policiais envolveu os líderes do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO), e no Congresso, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP). No retorno a Brasília, o presidente da República determinou que o titular da Casa Civil fosse dialogar diretamente com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para que se chegasse a um consenso sobre o tema e as modificações que serão acatadas no parecer final de Moreira.