Após ter reduzido perdas com o acordo para votação da reforma da Previdência na Comissão Especial na Câmara dos Deputados, o Ibovespa voltou a registrar queda de -0,72%, fechando a 100.605 pontos. A preocupação com a decisão contrária do PSL ao texto final lido, ontem, pelo relador, o deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), gerou instabilidade e deixou os investidores à espera do Legislativo. A CPI do Senado que apura o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho também teve influência, fazendo as ações da mineradora caírem 4,21%.
Alex Agostini, analista da Austin Rating, considera importantes para a oscilação do mercado as movimentações dos EUA e o relatório para a votação previdenciária. ;O relatório da Previdência, com a posição do PSL, tem impactado de forma negativa, pois pode ter a frustração de não ocorrer a aprovação. Além disso, as commodities de petróleo, com forte queda internacional, e a CPI de Brumadinho, que envolve a Vale, têm bastante peso na B3;, diz.
No cenário externo, as bolsas operam em oscilação após o otimismo elevado com o avanço das negociações comerciais entre Estados Unidos e China. Porém, o presidente Donald Trump disse que os termos do acordo devem ser mais benéficos aos EUA para que seja aceito. O dólar fechou em alta de +0,34% a R$ 3,86. ;O capítulo Trump tem a estratégia de avançar devagar, falando algo e esperando os efeitos da economia. A expectativa é de que a tensão vá se reduzindo a cada passo novo na negociação, que tende, a médio prazo, ir perdendo um pouco o protagonismo;, analisa Agostini.
* Estagiária sob a supervisão de Leonardo Meireles