"Os líderes reconheceram novamente a importância da OMC, reafirmando seu apoio à reforma necessária para que suas funções possam ser melhoradas;
Roberto Azevêdo, diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC)
O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), o diplomata brasileiro Roberto Azevêdo, afirmou que houve ;forte apoio; dos líderes do G20 para um ambiente de comércio e investimento forte, previsível e estável e ressaltou que, na reunião de cúpula do grupo das 20 maiores economias do globo, houve apoio para que mudanças sejam feitas na instituição. ;Os líderes reconheceram novamente a importância da OMC, reafirmando seu apoio à reforma necessária para que suas funções possam ser melhoradas;, apontou.
Azevêdo pontuou que os líderes do G20 também abordaram a ;situação crítica; no sistema de solução de controvérsias da OMC e que eles concordaram que é necessário agir quanto ao funcionamento do sistema. ;Eu saúdo essas mensagens importantes;, escreveu o diretor-geral da organização. Para ele, o que foi apontado na reunião do G20 será ;uma referência importante em nosso trabalho;.
Sobre a assinatura do acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul, ele disse ao jornal O Globo que considera o acerto entre os dois blocos, negociado há 20 anos, vai propiciar um salto de competitividade para os produtos brasileiros. Os líderes do G20 disseram que trabalharão construtivamente com outros membros da OMC e vão reconhecer os papéis complementares dos acordos bilaterais e regionais de livre-comércio.
Pessimismo
Já a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, criticou o cenário. Disse que, apesar das projeções de que o crescimento da economia mundial se fortalecerá um pouco, os riscos às perspectivas econômicas continuam altos ao mesmo tempo em que a economia global ;está em um momento difícil;. Além disso, ela pontuou que os bancos centrais precisarão continuar a ajustar suas políticas diante dos dados econômicos recentes e enfatizou que a política fiscal deve ;equilibrar o apoio ao crescimento e à sustentabilidade da dívida;. Os comentários de Lagarde também foram feitos durante a reunião de cúpula do G20, em Osaka, no Japão.
;O investimento enfraqueceu e o comércio desacelerou significativamente, com as taxas de crescimento das exportações e importações em seu nível mais baixo desde a grande crise financeira;, apontou Lagarde. Para ela, o principal dos riscos à economia mundial está no comércio e, apesar de a diretora-gerente do FMI dizer que a retomada das negociações entre Estados Unidos e China é bem-vinda, ;as tarifas já implementadas estão pesando na economia global, e questões não resolvidas carregam uma grande incerteza sobre o futuro;.
Lagarde disse ter reiterado que a prioridade deveria ser reduzir os obstáculos ao comércio e abordar as fontes de tensões e distorções comerciais. ;Precisamos de um sistema de negociação adequado para o mundo de hoje, o que significa eliminar as lacunas no livro de regras internacionais, incluindo áreas como subsídios agrícolas e industriais, serviços e comércio eletrônico;, apontou. Ela afirmou, ainda, que se uniu aos líderes do G20 para pedir por uma reforma acelerada da Organização Mundial do Comércio (OMC), que beneficie todas as economias.