Leonardo Cavalcanti - Enviado especial
postado em 28/06/2019 06:34
Osaka (Japão) - Em mais um lance de alinhamento com os Estados Unidos, o presidente Jair Bolsonaro se encontrou nesta sexta-feira (28/6) com o norte-americano Donald Trump durante a cúpula de líderes do G20. "Somos países que, juntos, podem fazer muito pelos seus povos, de modo que possamos fazer parcerias e desenvolver o nosso país", disse o brasileiro.
Trump, por sua vez, disse que Bolsonaro é um "homem especial" e querido pelo povo brasileiro. "O relacionamento entre Brasil e Estados Unidos nunca esteve tão forte", disse. Segundo Trump, o Brasil tem todas as riquezas: "É um país fantástico, de pessoas incríveis. E temos um grande comércio." O encontro entre os dois ocorreu na tarde desta sexta (madrugada no Brasil).
Bolsonaro, assim como no primeiro encontro entre os dois na Casa Branca, no último mês de maio, disse que torce pela reeleição do norte-americano em novembro de 2020. "Espero que nos visite antes das eleições. É motivo de orgulho, para mostrar ao mundo que a política do Brasil mudou de verdade." Bolsonaro disse que sempre admirou Trump.
Como pano de fundo da cúpula do G20, que ocorre nesta sexta e sábado, está a disputa comercial entre chineses e norte-americanos, com denúncias de espionagem e "terrorismo econômico". Há expectativa de um encontro entre Trump e Xi Jiping, presidente da República Popular da China. A agenda entre Bolsonaro e o chinês está prevista para ocorrer no final da cúpula do Mercosul, no sábado.
"Parece que tem um rumor de que eu vou me encontrar com Xi Jinping, Acho que vai ser produtiva a reunião", disse Trump na conversa com Bolsonaro. No Brasil, enquanto parte do governo brasileiro defende ampliar exportações para a China, outro grupo, ligado a Olavo de Carvalho, rejeita relações com o país asiático. Um dos defensores dos negócios com a China é o vice-presidente Hamilton Mourão.
A Venezuela também foi tema da rápida conversa entre Trump e Bolsonaro. "Estamos de acordo em libertar a Venezuela. Estamos prestando ajuda, mandando comida", disse o norte-americano. No final do dia, o porta-voz da Presidência, general do Otavio do Rego Barros, disse que se estuda medidas de pressão para países que apoiem o governo venezuelano de Nicolás Maduro. O militar não detalhou que medidas seriam essas. "Estamos falando em tese".
Macron
Vinte e quatro horas depois de ser criticado pela chances alemã Angela Merkel e pelo presidente francês Emmanuel Macron, Bolsonaro se encontrou com os dois líderes europeus. No encontro com Macron, os temas giraram em torno do acordo entre União Europeia e Mercosul, fronteiras e questões climáticas.
Segundo Rego Barros, o clima do encontro foi tranquilo. O dirigente europeu havia dito um dia antes que não assinaria um acordo com o Mercosul se Bolsonaro concretizasse a intenção de retirar o Brasil do Acordo de Paris sobre o clima. Merkel havia afirmado que queria uma conversa clara sobre o desmatamento no Brasil e foi duramente rebatida por integrantes da comitiva brasileira e pelo próprio Bolsonaro.
Segundo Rego Barros, o clima do encontro foi tranquilo. O dirigente europeu havia dito um dia antes que não assinaria um acordo com o Mercosul se Bolsonaro concretizasse a intenção de retirar o Brasil do Acordo de Paris sobre o clima. Merkel havia afirmado que queria uma conversa clara sobre o desmatamento no Brasil e foi duramente rebatida por integrantes da comitiva brasileira e pelo próprio Bolsonaro.