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Desmoraliza o discurso de combate às drogas, diz Molon sobre militar preso

Deputado federal foi o entrevistado do CB.Poder desta quarta-feira


Em entrevista ao CB.Poder, o líder da oposição na câmara Alessandro Molon (PSB-RJ), declarou que a quantidade de decretos impostos pelo governo é danosa. ;Essa insegurança jurídica e a confusão que do governo faz com que até mesmo os agentes do Estado não saibam que lei aplicar;. Ele criticou a aprovação do ministério da justiça, ;Como pode um ministro assinar os decretos que não tem nada a ver com segurança pública, são promessas de campanha.;

Molon considerou o caso de apreensão de um militar com drogas uma grande desmoralização para o país. ;Ainda que ele não estivesse no avião do presidente, mas estava no avião que antecedeu e que prepararia a ida da comitiva presidencial. É um fato da maior gravidade, isso desmoraliza o discurso do Brasil de combate às drogas e a própria ida de Moro aos Estados Unidos.;, afirmou.

Sobre a participação de Bolsonaro no G20, o deputado defendeu que uma política externa ideológica seja prejudicial aos interesses brasileiros e que é necessário relatar relações com verdadeiro parceiro comercial do país. ;Nós da oposição temos conversado com representações de outros países dizendo que essa eventual limosidade em relação a China não representa um sentimento do povo brasileiro;, disse.

Como líder da oposição, ele ressaltou que o papel principal da articulação não é ser contra o que o governo apresenta de ruim e vem debatendo a melhoria das medidas propostas. ;Embora a gente tenha conquistado alguns avanços muito importantes na Reforma da previdência como a retirada do BPC, muitas questões ainda precisam ser avaliadas. Mas a nossa grande vitória foi a retirada da capitalização, que na prática destruiria a previdência social brasileira;, pontuou.

O deputado acredita que o pacote anti crime de Moro seja o próximo a avançar no Plenário, tendo em vista a urgência do problema na segurança pública. ;Certamente ali no projeto tem coisa boa, mas tem coisa ruim também. O maior problema do país é o nível elevado de homicídios, então nesse debate o que a gente tem que garantir são regras mais rígidas contra, eventualmente até uma elevação de pena. Agora o excludente de ilicitude é sem dúvida o maior problema, esse com certeza deve ser retirado, é uma espécie de licença para matar;, declarou.

Com as declarações de Bolsonaro opostas às da campanha, de que não se candidataria à reeleição, ele defendeu a pluralidade como alternativa a forte polarização do país na articulação da oposição. ;Há um enorme espaço dentro da oposição para o surgimento de uma alternativa que junte basicamente três coisas; a centralidade do problema da desigualdade social, uma visão de economia moderna e a política limpa e transparente contra qualquer forma de desvio de dinheiro público. Acredito que na próxima eleição o povo brasileiro vai querer um candidato progressista, mas sem olhar para o passado.;
Confira a entrevista na íntegra:
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