Dubai ; Na primeira participação na cúpula do G20, em Osaka (Japão), o presidente Jair Bolsonaro tem na agenda quatro encontros bilaterais com líderes da China, Índia, Arábia Saudita e de Cingapura. Ele chega ao Japão na próxima quinta-feira à tarde. No dia seguinte, tem um encontro com o presidente do Banco Mundial, David Malpass.
A expectativa, entretanto, é pela reunião com o presidente chinês, Xi Jinping, logo depois de um encontro informal com os líderes dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Será uma espécie de preparação para a visita de Bolsonaro ao país oriental, em agosto, e a participação de Jinping na cúpula do bloco de países emergentes e em desenvolvimento.
O objetivo principal de parte do governo ; pelo menos o corpo mais técnico é voltado ao mercado ; é deixar clara a disposição brasileira de aumentar as exportações de bens com maior valor agregado, a partir de desenvolvimento científico e tecnológico. Tal movimento foi feito pelo vice Hamilton Mourão em viagem à China, no fim de maio, quando o general deixou clara a tentativa de diversificar produtos para além de minérios de ferro, soja e combustíveis.
Em 2018, o comércio bilateral entre Brasil e China chegou a US$ 98,9 bilhões (US$ 64,2 bilhões de exportações e US$ 34,7 bilhões de importações). A dificuldade, em paralelo, é a indisposição de uma ala do governo mais ligada ao guru de parte do bolsonarismo, Olavo de Carvalho, que rejeita a aproximação com os chineses.
Há algo importante a considerar também: a própria guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, que será um dos principais panos de fundo da cúpula do G20. A disputa entre os dois países envolve acusações de espionagem e ações contra o comércio.
Bolsonaro ainda se encontra com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi; com o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman; e com o primeiro-ministro de Cingapura, Lee Hsien-Loong. A previsão de retorno do chefe do Planalto é no sábado, no início da noite, logo depois do encerramento da cúpula do G20.