Em meio à crise provocada pela publicação de mensagens relacionadas à sua atuação como juiz da Lava-Jato, o ministro Sérgio Moro vai viajar aos Estados Unidos. Ele deixará o Brasil amanhã e deve voltar apenas na próxima quinta-feira, 27, um dia depois de a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) analisar um pedido de liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A defesa do petista alega que Moro agiu parcialmente durante o processo do cliente, o que tornariam nulos todos os atos da ação penal.
Em solo norte-americano, Moro vai passar pela região de El Paso, no estado do Texas, na fronteira com o México, e pela capital, Washington. O ministro avalia ações que podem ser repetidas aqui na área de fronteiras, com o objetivo de combater o narcotráfico e o contrabando de armas.
Em uma mudança inesperada na agenda, Moro cancelou sua participação no congresso da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji). A decisão ocorreu no mesmo dia em que a entidade criticou ataques dele ao jornalista Glenn Greenwald. Durante sabatina no Senado, Moro disse que o site The Intercept se aliou com criminosos, em referência à suposta origem do vazamento de conversas que ele manteve com integrantes do Ministério Público Federal do Paraná. O evento está previsto para ocorrer entre 27 e 29 de julho, em São Paulo. (RS)