Moro, o político
A passagem do ministro da Justiça, Sérgio Moro, pela Comissão de Constituição e Justiça
do Senado foi vista como a transferência de sua carreira de juiz para a da política. Seus admiradores na Casa viram ali um possível candidato a presidente, seguro, popular, com credibilidade e paciência. Até os adversários declaram, em conversas reservadas, que ele é um concorrente em potencial. O PT, aliás, tentou fazer o ministro sair dali com a tarja de ;investigado;. Por enquanto, não conseguiu.
Porém, ainda há muito jogo pela frente, e a CCJ foi apenas a largada de uma maratona. Resta saber o que farão as instâncias jurídicas encarregadas de avaliar o caso dos diálogos divulgados pelo site The Intercept. Ainda assim, aliados de Moro acreditam que a tendência
é a de que a pressão nessa seara se volte mais para o procurador Deltan Dallagnol. Essa fogueira, a preços de hoje e pelo que se conhece até agora dos diálogos, Moro pulou.
Onde mora o perigo
A saída da articulação política da Casa Civil deixou os parlamentares desconfiados de que a relação com o governo voltará à estaca zero, ou seja, acordos fechados pelo ministro Onyx Lorenzoni serão revistos.
Até agora;
Conforme a coluna registrou ontem, há insatisfação dos parlamentares por causa do não cumprimento do acordo para aprovação do crédito suplementar de R$ 248,9 bilhões.
...Nada
Ainda que o ministro Onyx permaneça responsável pela negociação política até a aprovação da reforma da Previdência, nada garante que os acertos sejam de mérito, sejam de emendas, serão cumpridos.
;Sempre defendi a Lava-Jato;
Do senador Renan Calheiros (MDB-AL) para o ministro Sérgio Moro
Sem mágica
O secretário de Fazenda do Rio de Janeiro, Luiz Cláudio Lima, disse com todas as letras, durante palestra no IV Congresso Luso-brasileiro de Auditores-fiscais, que é simplesmente impossível gerir o deficit do estado. ;Vivemos uma grande hipocrisia nacional, em que os problemas a gente finge que não existem. A situação está tão grave que a reforma tributária agora sai.;