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Sobre referência a FHC, Moro responde que processo nunca passou por suas mãos

Ao responder questionamentos sobre trecho de supostas mensagens que citam o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, disse nesta quarta-feira, 19, que o caso que envolveu FHC nunca passou por suas mãos. "O caso não era meu, nunca passou pelas minhas mãos", disse Moro, em resposta ao senador Humberto Costa (PT). Na conversa com o procurador Deltan Dallagnol, supostamente ocorrida em 13 de abril de 2017, Moro teria anotado: "Acho questionável pois melindra alguém cujo apoio é importante." Moro recordou na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, onde presta esclarecimentos, que o ex-presidente tucano foi citado em delação e que o trecho relativo a ele foi remetido a Justiça de São Paulo, e arquivado por já estar prescrito, já que o suposto crime de caixa 2 teria ocorrido em 1996. Em sua fala, o ministro procurou também destacar que a Operação Lava Jato atingiu vários partidos de forma "severa", fossem eles de esquerda ou de direita. "Não teve projeto político envolvido", disse, acrescentando que o projeto era de "cumprir a lei". Ao rebater Moro sobre o caso envolvendo FHC, Humberto Costa disse que o ministro tentou interferir em um processo que "nem era dele". "Tenha humildade de pedir a demissão, peça desculpa ao povo brasileiro inclusive por ter cassado o voto de milhões de brasileiros que queriam eleger outro presidente da República", afirmou o senador em referência ao ex-presidente Lula, preso em Curitiba. Com direito regimental de responder ao parlamentar, Moro disse que não replicaria por considerar as afirmações "bastante ofensivas". "Vou declinar de responder", disse o ministro. Media training Moro também negou que tenha feito algum curso de media training para comparecer à CCJ do Senado. "Esse fato nunca existiu, o senhor está fantasiando", respondeu o ex-juiz ao senador Rogério Carvalho (PT-SE). "Não preciso fazer media training para falar a verdade", concluiu. Responsável pela condenação em primeira instância do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no caso do triplex do Guarujá (SP), o ministro também rejeitou a acusação de que teria influenciado no aumento de pena do petista aplicada pelo Tribunal Regional Federal da 4º Região (TRF-4). "Nunca conversei sobre dosimetria de pena envolvendo processo de pessoa em juízo recursal", disse.