"O Ministro da Justiça e Segurança Pública não reconhece a autenticidade e não comentará supostas mensagens de autoridades públicas colhidas por meio de invasão criminosa de hackers e que podem ter sido adulteradas e editadas. Reitera-se a necessidade de que o suposto material, obtido de maneira criminosa, seja apresentado a autoridade independente para que sua integridade seja certificada", afirma nota da pasta.
O conteúdo do comunicado é semelhante à resposta que Moro enviou ao Intercept ao ser procurado para se manifestar a respeito da nova matéria, publicada na sexta-feira (14/6) à noite. A diferença do que foi divulgado agora pelo ministério e do que foi dito ao Intercept são, além da solicitação de entrega do material, a afirmação de que Moro não reconhece a autenticidade dos diálogos.
"Showzinho da defesa"
Na matéria de setxa-feira, o The Intercept Brasil divulgou novos diálogos em que Moro teria sugerido que a força-tarefa divulgasse uma nota apontando contradições no depoimento do petista, para que os argumentos da acusação fossem divulgados na mídia. O então juiz, responsável pela condenação de Lula em primeira instância, teria escrito: "Talvez vcs devessem amanhã editar uma nota esclarecendo as contradições do depoimento com o resto das provas ou com o depoimento anterior dele. Por que a Defesa já fez o showzinho dela".Desde que vieram a tona, as conversas fizeram com que Moro passasse a sofrer duras críticas, embora muitas autoridades e entidades de classe tenham saído também em sua defesa. O presidente Lula voltou a chamar Moro de mentiroso e disse que sua "máscara caiu". E a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) recomendou seu afastamento do ministério. Na sexta-feira, porém, o presidente Jair Bolsonaro disse que a chance de demiti-lo é "praticamente zero".