Politica

Dallagnol manteve conversas com Fux em 2016, diz rádio

Ministro do Supremo teria oferecido apoio aos integrantes da força-tarefa da Lava-Jato no Paraná

Renato Souza
postado em 12/06/2019 20:00
Ministro do Supremo teria oferecido apoio aos integrantes da força-tarefa da Lava-Jato no ParanáO trecho de um diálogo, que teria ocorrido entre o procurador Deltan Dallagnol e o ministro da Justiça, Sérgio Moro, em 22 de abril de 2016, cita o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux. Na ocasião, Dallagnol diz que ligou para o magistrado com a finalidade de obter apoio e teve resposta positiva.

A conversa foi divulgada pela rádio BandNews. Na parte publicada, Dallagol diz a Sérgio Moro que ouviu do ministro do Supremo que pode "contar com ele para o que precisar". No ano passado, portando dois anos após ter ocorrido o contato telefônico, Fux concedeu uma liminar para impedir o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de conceder entrevistas durante o cumprimento da pena.

"Fux disse para contarmos com ele para o que precisarmos", teria dito Dallagnol. Moro, ao saber da notícia respondeu: "In Fux we trust", que em tradução literal para o Português, significa: em Fux nós confiamos. O conteúdo foi repassado à emissora pelo site The Intercept. A assessoria do STF foi procurada para comentar o caso. No entanto, ainda não obtivemos resposta.

Relembre

O Ministério Público Federal divulgou uma nota às 20h, no último domingo (9/6), informando que a força-tarefa da Lava-Jato foi alvo de uma ação criminosa por parte de um hacker ;que praticou os mais graves ataques à atividade do Ministério Público, à vida privada e à segurança de seus integrantes;. A publicação foi motivada por uma matéria do The Intercept Brasil que revela conversas entre promotores e, também, entre o então juiz Sérgio Moro e o procurador Deltan Dalagnol sobre os rumos e a sequência das investigações e, até, o telefone de testemunhas.

Segundo texto do MPF, que chega a falar em fake news, as mensagens pessoais de trabalho podem ter sido tiradas de contexto. A matéria do Intercept foi dividida em quatro partes. Na publicação, o veículo afirma que não procurou as fontes para obter uma resposta sobre as trocas de mensagem para evitar uma possível ação que impedisse a publicação.

O Intercept também afirma que conseguiu o material antes do suposto ataque ao celular do agora ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro. A Polícia Federal investiga o ataque ao celular do ministro. A assessoria de imprensa do Ministério da Justiça confirmou a invasão e o número foi cancelado.
Dalagnol tuitou a nota do MPF. Em duas das postagens ele divulga trechos do texto do órgão. Na última, afirma que o assunto é polêmico e provoca ;interpretações equivocadas;. ;Como o assunto foi polêmico, gerou algumas interpretações equivocadas. Para esclarecer, o MPF elaborou um documento de perguntas e respostas que explica em detalhes. Compartilhe e ajude a divulgar as informações corretas;, escreveu.

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