Jornal Correio Braziliense

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Ministro falará ao Congresso




O ministro da Justiça, Sérgio Moro, prestará esclarecimentos sobre as conversas rackeadas à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado na quarta-feira. Na CCJ da Câmara, a visita ficou para o dia 26, disse ontem o líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO), após conversa com o presidente do colegiado, Felipe Francischini (PSL-PR). Alguns parlamentares ainda pedem que o ministro compareça ao plenário. Moro tem sido chamado para explicar as conversas divulgadas pelo site The Intercept.

Ontem, na primeira ida ao Congresso após a divulgação das mensagens, Moro deixou o almoço promovido pelo Bloco Parlamentar Vanguarda ; formado por senadores do DEM, PSC e PL ; resguardado por vários seguranças e sem falar com a imprensa, numa saída bastante tumultuada. Segundo os parlamentares presentes no encontro, ele falou sobre as denúncias.

O ministro repetiu o que já havia publicado em uma rede social: que as conversas foram coletadas de maneira ilegal e que isso é crime. Ele ainda colocou sob suspeita o teor das informações divulgadas pelo site The Intercept Brasil e chegou a mencionar a possibilidade de hackers terem invadido os chats de conversa se passado por ele.

Conforme o líder do Bloco Vanguarda, senador Wellington Fagundes (PL-MT), ainda há muitas dúvidas sobre tudo o que está sendo colocado, inclusive pelo próprio Moro. ;Temos que ter fatos concretos. Não podemos ter precipitação. Isso pode ser prejudicial ao país. Neste momento, mais do que nunca, precisamos de diálogo e moderação, até mesmo visando sobrepor este momento de tensão que hoje está prejudicando o país;, disse o senador. A visita já estava agendada e, apesar do momento delicado, Moro cumpriu a agenda.

Em quase duas horas, Moro foi questionado pelos senadores sobre o retorno da Fundação Nacional do Índio (Funai) ao Ministério da Justiça e a manutenção do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) no Ministério da Economia. Também ouviu queixas da falta de diálogo do governo com o Congresso Nacional.
(Colaborou Alessandra Azevedo)