No Reino Unido, o Financial Times destacou como a defesa de Lula pediu que ele seja solto "imediatamente" após as conversas vazadas virem à tona e "remexerem a controvérsia" sobre o processo no qual ele foi preso depois de ser condenado em segunda instância, no caso do triplex do Guarujá (SP).
O diário berlinense Tagesspiegel, da Alemanha, fala na "roupa suja" do "homem da limpeza" Sérgio Moro ao escrever que, mesmo que as consequências do vazamento ainda não sejam integralmente conhecidas, "está claro que o Brasil vive um escândalo de Justiça que coloca o governo do presidente Jair Bolsonaro sob pressão".
Para o New York Times, as mensagens que, segundo a reportagem do The Intercept Brasil, foram trocadas ao longo de anos entre o atual ministro e Dallagnol "colocam em dúvida a integridade de uma vasta investigação de corrupção", referindo-se à Lava-Jato.
O argentino Clarín é mais um veículo a ressaltar os trechos das mensagens vazadas que se referem ao julgamento de Lula. "(Dallangol) expressou dúvidas a Moro sobre a consistência das provas" contra o ex-presidente, aponta o diário, lembrando também a "indignação" com que o Partido dos Trabalhadores recebeu a reportagem.
"Lula foi condenado erroneamente? A mão dos juízes está por trás da vitória da extrema direita de Jair Bolsonaro?", questiona o Corriere della Sera, da Itália, nas duas primeiras linhas da matéria que fez sobre o caso, comentando já no título que o furo de reportagem "reabilita" Lula.
O site da emissora Al Jazeera, do Qatar, destaca que a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o deputado federal Marcelo Ramos (PL-AM), presidente da Comissão Especial da Reforma da Previdência, pediram o afastamento de Moro até que o caso seja devidamente elucidado.
Na França, Le Monde também inicia sua matéria com uma pergunta: "E se o maior escândalo de corrupção na história do país tivesse sido manipulado?"