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Brasília-DF



Fiéis da balança

O Centrão, que ajudou a destravar as votações dos vetos esta semana e também assegurou a maioria folgada pró-reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça, não está totalmente fechado com a ideia de votar o crédito suplementar ao Orçamento no valor global de R$ 248,9 bilhões. A intenção de, pelo menos, alguns partidos do bloco é reduzir o volume à metade. O grupo vai se apegar à nota técnica da consultoria de Orçamento, que disse com todas as letras: ;Não se justifica o valor de R$ 248 bilhões, pelo menos, no que se refere ao montante de operação de crédito;, diz o texto. Quanto à despesa, porém, os técnicos alertam que ;tratando-se de despesas obrigatórias, é imperiosa a aprovação do crédito adicional, no que diz respeito às dotações suplementadas;.

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A decisão do bloco, entretanto, será tomada na próxima semana. Caso o governo aceite amarrar a despesa ao projetos sociais, o grupo até aceitará votar o crédito no valor global. É nesse clima que os articuladores do Planalto fecham esta semana.

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Aliás, a votação desse crédito é considerado o principal teste da líder do governo no Congresso, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP). Até no Planalto, tem muita gente de olho para ver como ela se sai conduzindo o governo no projeto mais crucial em pauta.

Davi na cova
dos leões

Apesar de toda a sua habilidade, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), corre o risco de ser questionado no plenário pelos próprios pares a respeito dos gastos com a verba indenizatória, esmiuçados em reportagem da revista Época, que identificou quase R$ 1 milhão no hotel Mais, onde funciona também uma locadora de veículos. A turma que conquistou um mandato de oito anos embalada pelas redes sociais está convicta de que
será cobrada e não pretende ;segurar essa;.


Aos trancos
e barrancos...

O fato de o presidente Jair Bolsonaro ter passado no ;teste do estádio; e a perspectiva de os partidos votarem uma reforma da Previdência, ainda que não seja aquela pedida pelo governo, deu uma lufada de otimismo até mesmo nos empresários paulistas, que haviam fechado o mês de maio bastante pessimistas.


; Mas caminhando

A avaliação geral é de que o compromisso dos presidentes
da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre, com mudanças na Previdência e a preservação de parte da popularidade de Bolsonaro indicam que nem tudo está perdido, apesar de todos os tropeços e deslizes.

Ele não perde uma/ Chamou a atenção do governo o tuíte do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, rechaçando a ideia de moeda única entre Brasil e Argentina. E choveu
gente no meio militar dando razão
ao democrata.

Moeda eleitoral/ Na Europa, a Alemanha segura as pontas dos países em dificuldades na Zona do Euro. Aqui, calculam economistas, quem ficará com esse papel em caso de moeda única entre Brasil, Argentina e quem mais chegar, será o Brasil. Os políticos desconfiam que foi mais uma tentativa de embalar a reeleição do presidente ;hermano; Mauricio Macri.

Espere sentado e trabalhando/ As festas juninas chegaram antes do novo embaixador do Brasil em Washington. Pelo visto, é melhor o embaixador Sérgio Amaral (foto) não empacotar os apetrechos de Halloween, nem os enfeites ;Merry Christmas;.

Pula fogueira, iôiô/ Acostumados a passar as festas juninas nas bases eleitorais, é melhor os parlamentares medirem as consequências neste ano. Pelo menos nas redes sociais, a cobrança é por trabalho em Brasília. A hashtag CongressoSemRecesso ocupa os trend topics do Twitter no Brasil. Nem o caso Neymar chegou a tanto, nessa sexta-feira.