Sigam os mestres
Os gestos formais dos tucanos e dos democratas em prol da reforma previdenciária colocam o PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, praticamente com a obrigação de fazer o mesmo. Para completar, ainda deixam expostos todos aqueles que cogitam votar a Nova Previdência em troca de algum favor do governo.
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Até aqui, DEM e PSDB são os primeiros a formalizar o apoio. O Democratas o fez em convenção nacional na quinta-feira. E o novo presidente do PSDB, Bruno Araújo, anunciou em seu primeiro discurso que, em duas semanas, os parlamentares de seu partido serão chamados a uma reunião para discutir e fechar questão em torno do texto que for acordado pelo relator, Samuel Moreira (PSDB-SP).
O tamanho da oposição
A maratona de votações dessa semana deu aos oposicionistas uma ideia do número com que poderão contar em caso de obstrução: 60 a 80, dependendo do assunto.
Essa nova legislatura não é
muito fã desse recurso.
Falou muito cedo
O presidente Jair Bolsonaro provocou duas leituras políticas antagônicas dos partidos ao dizer, em entrevista à revista Veja, que topa não ser candidato à reeleição, desde que haja uma boa reforma política. Os de centro consideram que a declaração tem tudo para colocar as mudanças na política na ordem do dia no Parlamento, tirando energia das reformas econômicas.
Falou na hora certa
Os aliados do presidente, entretanto, não se esquecem de que o deputado Paulinho da Força disse, em alto e bom som, que era preciso ;desidratar; a reforma para não dar fôlego à reeleição de Bolsonaro. Agora, já que o presidente cogita
não concorrer, esse argumento cai em desuso.
Segura a turma
Quem torce para que a reforma política seja votada logo são os prefeitos e vereadores. Todas as semanas tem um grupo no Congresso pedindo coincidência das eleições. Obviamente, trazem na bagagem pressão para prorrogar os próprios mandatos. A avaliação geral é a de que isso não passa.
Dois DEMs/ Enquanto o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), estava na convenção do PSDB, anunciando que votou nos candidatos tucanos a presidente da República desde a eleição de 1994, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (foto), almoçava num posto de gasolina com o presidente Jair Bolsonaro.
É por aí/ Além de Maia, os tucanos receberam em sua convenção representantes do Cidadania, a deputada Paula Belmonte (DF); do PL, Marcelo Ramos (AM); do Avante, Leda (AP); e, ainda do MDB, o presidente Romero Jucá, que não ficou até o final.
Material reciclado/ Entoado em todas as convenções do PT, o olê, olê, olá, Lula, Lula, ganhou agora uma versão tucana pronta para ser sacada na eleição presidencial de 2022: ;Olê, olê, olá, Doria, Doria;, com a pronúncia ;Doriá;.
Em nome de Jesus/ O mundo jurídico ficou estarrecido ontem. Achava que o presidente Jair Bolsonaro avaliaria currículos e conhecimento jurídico, respeito às leis e à Constituição na hora de escolher seus ministros. Ao perguntar se não é a hora de um evangélico no STF, Bolsonaro passa a vários juristas a ideia de que a fé passou a ser o principal atributo.