O presidente Jair Bolsonaro não vai demitir o líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO). A aliados mais próximos da bancada do PSL no Congresso, ele confessou ontem que o atrito entre o líder e o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), não será motivo para a queda do indicado. Aliados dizem que ;é mais fácil; o chefe do Executivo federal demitir a líder do governo no Congresso, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), do que Vitor Hugo.
A possível saída do líder do governo na Câmara deixou a bancada do PSL apreensiva. Sobretudo a ala mais fiel ao presidente, que irá às ruas defender o governo nas manifestações de domingo. Uma eventual queda de Vitor Hugo passaria o sinal de que Bolsonaro cedeu às pressões de Maia e do Centrão. O que esse grupo pesselista quer é exatamente o contrário: que Bolsonaro não abaixe a cabeça para o bloco governista. É o recado que será transmitido nos protestos.
Nos corredores da Câmara, a justificativa apresentada por deputados do PSL, com base em argumento do próprio Bolsonaro, é de que Vitor Hugo é o parlamentar que melhor personifica a imagem do presidente da República dentro do alto escalão do partido. Não é algo bom na avaliação do Centrão, que exige um líder mais imparcial, mas é positivo na análise de partidos mais independentes e do próprio PSL.
O atrito entre Vitor e Hugo e Maia decorreu de uma charge que ele publicou há quase dois meses em um grupo do PSL, em que sugere a compra de votos para garantir a articulação com os parlamentares. No Twitter, o líder do governo se defendeu e disse que tentou de todas as formas aproximação com o presidente da Câmara ;desde o início do mandato, sem sucesso;. ;Espero, de verdade, que possamos caminhar com as propostas que o país precisa independentemente de personalismos. Há muito a ser feito;, destacou.
Governo não vai às ruas
Joice Hasselmann divulgou ontem que nenhum membro do governo vai às manifestações do próximo domingo, 26 de maio. ;O presidente foi muito claro. Deu uma orientação para que os ministros e aqueles que representam o governo fiquem neutros em relação a isso;. Questionada se ela iria para a rua, a senadora disse: ;Como foi deliberado internamente, nós, como governo, ficamos neutros. Espero que seja uma excepcional manifestação, que seja lindo;.