Dirceu se apresentou à PF na noite de sexta-feira, cinco horas e meia depois do prazo determinado pelo juiz Luiz Antonio Bonat, da 13.; Vara Criminal de Curitiba. O ex-ministro viajou de carro de Brasília para Curitiba e alegou que houve um "acidente no caminho".
Estão presos ou já passaram por Pinhais figuras-chave da Lava Jato, como o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, o ex-diretor de Serviços da Petrobrás Renato Duque e o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (MDB-RJ), que aguarda vaga em presídio do Rio de Janeiro para ser transferido.
Segunda instância
A prisão do ex-ministro foi decretada pelo TRF-4, sediado em Porto Alegre, na quinta, 16. Os desembargadores negaram embargos de Dirceu e mandaram prendê-lo, seguindo jurisprudência do Supremo que autoriza execução provisória de pena de condenados em segunda instância.
A Lava Jato sustenta que Zé Dirceu pegou propinas em contrato superfaturado da Petrobrás com a empresa Apolo Tubulars, fornecedora de tubos para a estatal, entre 2009 e 2012, quando o petista já não ocupava cargo no governo Lula.
Segundo a força-tarefa do Ministério Público Federal, parte dos valores do contrato da Petrobrás, que chegaram a R$ 7.147.425,70, foi repassada a Duque, ex-diretor da Petrobrás, e parte a Dirceu.
Para disfarçar o caminho do dinheiro, o ex-ministro e seu irmão, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, teriam usado a empresa Credencial para receber R$ 700 mil o restante teria sido usado para bancar despesas com uso de aeronaves em mais de 100 vôos realizados pelo ex-ministro.