Bolsonaro disse que é hora de "buscar novos caminhos para salvar o Brasil" e disse que "o governo está aberto ao diálogo". A ideia do Executivo, alinhada com o Legislativo, é flexibilizar questões orçamentárias nos estados e, assim, conseguir apoio para a reforma da Previdência com aliados dos governadores no Parlamento.
"Precisamos ajudar quem ainda tem coragem de investir no Brasil. Por isso surgiu essa MP (Medida Provisória) da liberdade econômica. Isso vai facilitar a vida de quem ainda tem coragem de se arriscar aqui. Não podemos mais falar só de ideologia, precisamos ter um norte", disse o presidente da República.
Bolsonaro explicou que a Previdência é uma das maneiras encontradas pelo Planalto de trazer dinheiro para o caixa. "A gente não pode agregar valor nas commodities que exporta, por exemplo. Se pudéssemos, aí haveria dinheiro de sobra para pagar nossas dívidas (...)", justificou, explicando a razão dos esforços pela Previdência.
Bolsonaro deixou o encontro logo após o discurso. Segundo a agenda oficial, o presidente viajou para o Rio de Janeiro. No encontro, ele disse que "hoje é o dia da vitória", falando que acompanharia o jogo do Flamengo, na Copa Libertadores.
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Racionalidade
Para o presidente da Câmara, é necessário "conseguir o que parece impossível: através do parlamento, (precisamos) fazer um grande acordo que reorganize as contas públicas dos estados da federação. Não adianta só aprovar a Previdência. O Brasil é um sistema, e, se você resolve parte do sistema, a outra parte não pode continuar sangrando. Esse é nosso grande desafio. Não é simples, não é fácil. Muitos líderes (de partidos) de Brasília são oposição aos governos. Precisamos tirar as disputas locais e trazer a racionalidade", declarou Rodrigo Maia.
Carta de governadores
Sobre o Plano Mansueto, o Congresso tem poder suficiente para resolver boa parte das questões pleiteadas sem ouvir o Planalto. Assim, o legislativo se fortalece. A condição para que essas leis sejam aprovadas, porém, é, justamente, o apoio à Previdência. "Foram apresentadas as prioridades para os governadores. Acredito que as demandas naquela carta foram até bem recebidas", analisou o senador Rogério Carvalho (PT-SE).