O Ministério da Defesa sofrerá contingenciamento de 43% no orçamento. A decisão foi avisada nesta terça-feira (8/5) ao Alto Comando das Forças Armadas, em reunião com o presidente Jair Bolsonaro. O governo atribui o corte a um processo de equalização orçamentária disseminado na Esplanada dos Ministérios em adequação à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
A medida não agradou à alta cúpula militar. Oficiais criticam que, proporcionalmente, é o maior contingenciamento feito por um governo. Recai, sobretudo, a reclamação de a ação ser feita em uma gestão repleta de militares e gerida por um presidente com origem militar. O Palácio do Planalto garante, contudo, que não serão apenas as Forças Armadas a sofrerem cortes.
O orçamento das Forças Armadas é sempre muito restrito, admitiu ontem o porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros. Sobretudo nas ações de investimentos. ;O custeio demanda quantidade substancial daquilo que é destinado pelo Tesouro, nos restando muito pouco naquilo que entendemos como essencial para dar continuidade ao nosso avanço tecnológico;, reconheceu.
A decisão do corte, entretanto, está dentro de um contexto traçado pelo Ministério da Economia, explicou Barros. ;A administração pública entende que é possível (o contingenciamento) neste momento, para que, em um futuro, com a aprovação da Nova Previdência e outras ações estruturantes, o governo, de maneira geral, possa reacomodar esse orçamento não apenas no ministério da Defesa, mas em todas as outras pastas;, ponderou.