Parlamentares fizeram, nesta terça-feira, 7, manifestações de apoio ao assessor especial do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e ex-comandante do Exército Eduardo Villas Bôas, após críticas que o general e outros militares do Palácio do Planalto têm recebido do escritor Olavo de Carvalho, apontado como um guru do presidente Jair Bolsonaro.
Nas declarações de parlamentares, tanto na Câmara quanto no Senado, o discurso majoritário foi que as declarações de Olavo de Carvalho causam obstáculos ao governo e à discussão de temas relevantes no Congresso Nacional. "O Olavo de Carvalho vive nos EUA e acaba atrapalhando as pessoas que querem ajudar o Brasil com seus comentários e suas colocações. Chegamos a um momento que o Brasil precisa de pessoas para ajudar a construir", escreveu no Twitter o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), que defendeu o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Alberto Santos Cruz, outro militar alvo das críticas de Carvalho. "É um homem que tem ajudado o Brasil, o governo, o presidente Bolsonaro e tem ajudado muito na articulação política. Em relação ao Olavo de Carvalho, ele não está ajudando o Brasil."
No plenário do Senado, parlamentares pediram a palavra para criticar Olavo e defender a ala militar do Planalto. "Chega de achincalhe, chega de deboche, chega de palavras pequenas, chega de xingamentos. Se não quer ajudar a carregar o piano, pelo menos saia de cima e pare de fazer peso", disse o líder do PSL no Senado, Major Olimpio (SP), citando o escritor.
Declarações no mesmo sentido também vieram da oposição. O líder da minoria na Casa, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), manifestou solidariedade a Villas Bôas e aos militares "que têm sido ofendidos, agredidos pelo ideólogo central deste governo".
Na Câmara, a bancada do MDB emitiu uma nota para manifestar desagravo ao ex-comandante do Exército afirmando que, sob o comando dele, o Brasil realizou uma eleição pacífica em 2018. "É por esse motivo que devemos, sempre que possível, ouvir sua voz. Ela é, indubitavelmente, a voz de um democrata", diz a nota.
A líder do governo no Congresso, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), não quis defender ou criticar algum dos dois lados. "Eu não falo sobre isso. O Olavo é meu amigo, os militares são meus amigos. Acho que ambos são importantíssimos", disse Joice, se afastando de comentar se havia desgaste com os embates. "Não é problema da líder do governo no Congresso, eu não me meto em questões que envolvam disputa de tuíte pra lá ou pra cá", afirmou a líder, emendando ser favorável à "pacificação nacional".