Segundo Delegado Waldir, um dos maiores problemas no tocante à reforma previdenciária é a que trata da aposentadoria dos militares. "Não sou contra a reforma dos militares, mas precisamos tratar as carreiras de forma igualitária", emendou. E voltou a fazer uma alusão "ao abacaxi" que a proposta representa, dizendo que a "faca para descascar esse abacaxi" ainda não chegou ao Congresso. Na entrevista, ele fez questão de dizer que não é contra a reforma da Previdência, mas defende que seja apresentado o déficit de cada carreira e se trabalhe a partir desses números.
À Rádio Eldorado, o deputado do PSL voltou a defender o protagonismo do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), sobre as matérias em tramitação nessa Casa Legislativa Depois de classificar Maia, em uma entrevista para o jornal O Estado de S. Paulo, como uma espécie de primeiro-ministro, Delegado Waldir disse que ele é quem tem o poder de capitalizar a maioria dos votos necessários para aprovar essa reforma na Câmara dos Deputados. "A reforma é a que o Rodrigo Maia quer e não a que o governo quer", resumiu.
A despeito das críticas, o líder do PSL na Câmara acredita que a admissibilidade da reforma da Previdência deverá ser aprovada nesta semana na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa O projeto deverá entrar na pauta de votação a partir desta terça-feira, 23, após sofrer obstrução de parlamentares da oposição, do Centrão e do próprio PSL, na semana passada, neste colegiado.
Sobre os pontos da reforma previdenciária que podem sofrer alteração na Câmara, ele citou o que muda as regras sobre o FGTS nas demissões de aposentados. Pela proposta em discussão, o aposentado deixaria de receber a multa de 40% do saldo deste fundo ao ser demitido sem justa causa. O deputado acredita que isso deverá ser suprimido da proposta.
Olavo de Carvalho
Na entrevista à Eldorado, Delegado Waldir também criticou a interferência que o guru da família Bolsonaro, Olavo de Carvalho, tem sobre o governo. "O mais absurdo é um ;guru; que vive nos EUA atacar o governo e os militares, o presidente (Bolsonaro) não pode ficar à mercê dessas pessoas e pegar a opinião do ;louco do dia;", disse o líder do PSL.
Segundo Waldir, "Bolsonaro tem que dar um basta nesse astrólogo que comanda dois ministérios, pois as pessoas querem Educação, Saúde e Segurança." E emendou: "Basta de discutir ideologia. Todo mundo todo espera isso do Brasil. Temos de dar um passo à frente, gerar emprego. Sou Bolsonaro de carteirinha, mas é preciso o governo parar de discutir o ;sexo dos anjos; com um futurólogo que mora nos EUA, é um trem muito absurdo isso."
A respeito dos filhos do presidente Bolsonaro, Delegado Waldir tem uma opinião diferente da manifestada sobre Olavo de Carvalho Na sua avaliação, os filhos do presidente são parlamentares e, portanto, têm o direito de se manifestarem, de dialogarem, mesmo quando isso gera polêmica.